quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

É Natal!

Hoje em todo o Mundo se comemora o Natal, porem qual a motivação principal da comemoração?

Já olharam ao redor de si?
Viram as vitrines das lojas?
Observaram as propagandas?
Perceberam que as casas se apresentam diferentes, enfeitadas e iluminadas com diversas cores de lâmpadas, estáticas, pulsantes e de diversos formatos?

Mais o que realmente motiva tudo isso?

Neste Advento mais uma vez nos preparamos para a chegada de Jesus, aquela que já aconteceu e comemoramos, e, aquela que esta por acontecer e esperamos. Será que realmente nos preparamos para o fundamental do Natal ou apenas nos entregamos ao massivo movimento consumista, onde o que mais importa é comprar, e muitas vezes comprar coisas totalmente desnecessárias, só para ter!

Cristo se faz presente novamente neste Natal em sua simplicidade, na simplicidade da mangedora que toma como seu leito ao chegar ao mundo, despe-se de tudo o que é, se fazendo homem, e como homem sendo tudo aquilo que precisamos ser para termos o direito de chamar Deus de Pai, sem luxo, sem posses se torna a LUZ do mundo, longe do consumismo e da idolatria à tecnologia e à modernidade. Jesus, vem nos salvar e caminha entre nós na pessoa do mais pobre, dos sem teto, dos renegados pela sociedade por serem sem posses assim como Jesus. Lembremos neste Natal que comemoramos a vinda de nosso salvador e estejamos dispostos a recebe-lo sem medo na pessoa de nosso irmão.

Feliz Natal a todos, Deus rico em misericórdia derrame sobre vós e sua familia a sua benção.

Diác. Adriano T. Gomes

Nota da CNBB

Os bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) enviaram uma nota ao Senado Federal em sua última reunião do ano. Esta, que só vem a público agora, depois de lida pelos parlamentares, é sobre a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28 de 2009, que pretende tornar instantâneo o divórcio, quebrando assim o que exprime hoje a Constituição Federal, no artigo 226 §6º.

Leia na íntegra, o texto.

http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/notas-e-declaracoes/1152-nota-da-cnbb-enviada-ao-senado-federal-exprime-contrariedade-a-pec-do-divorcio

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Sagrada Escritura.

Estamos no Mês da Biblia e como prometi aos irmãos do Curcilio de Cristandade aqui esta uma pequena explanação sobre A Escritura Sagrada.

A bíblia é uma coleção de livros entregues por Deus ao homem através de da inspiração do Espírito Santo. É composta de um primeiro testamento com 46 livros e um segundo testamento com 27 livros. São eles o Antigo (AT) e o Novo Testamento (NT).

Quando foi escrita

Os primeiros livros começaram a ser escritos por volta do ano 1.200 a. C. e o último foi escrito por volta do ano 100 d. C. Ao todo, levaram 13 séculos sendo escritos.

Quem confere veracidade ao papel?

Quem confere veracidade à Sagrada Escritura ou não é a tradição. Nosso Senhor nunca mandou que se escrevesse um livro, muito pelo contrário: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura" (daí a palavra universal em oposição a uma igreja de um povo, de uma classe, etc). Pregar não é o mesmo que escrever, mas que falar, que transmitir oralmente, etc.

A própria Bíblia diz, claramente, que Jesus Cristo fundou uma Igreja sobre Pedro (Mt 16, 18), diz que estaria com ele até o fim do mundo (Mt 28, 13-20), que lhe dava as chaves do reino do céu (Mt 16, 19), que esta Igreja seria coluna e firmamento da verdade (1 Tim 3, 15), que é preciso escutar esta Igreja sob pena de ser tratado como um pagão (Mt 18, 17). Diz ainda: Cristo mandou os apóstolos pregarem o evangelho, e nem fala na Bíblia, nem de espalhar bíblias (Mc 16, 20)

Deus, em sua infinita bondade, não deixou suas criaturas relegadas à sua própria sorte ou 'interpretação' subjetiva (isto é, cada um interpreta como quer a Bíblia, segundo sua 'inspiração) de sua vontade. Ele nos deixou um "corpo místico" vivo, que se desenvolve no tempo. Ainda afirmou à sua Igreja: "Quem vos escuta a mim escuta, quem vos despreza, a mim despreza" (Lc. 10, 16). "Estarei convosco até o fim dos séculos" (Mt 28, 20).

A Bíblia só serve quando interpretada pela autoridade competente, "Deus é a verdade - Ego sum veritas" (Jo 14, 6). "O homem é a mentira - Omnis homo mendax" (Rom 3, 4). Em outras palavras, a interpretação da verdade não pode ser feita por homens falíveis, mas necessita de uma autoridade infalível.

Em parte alguma Cristo disse: quem ler este livro, conhecerá a minha vontade. Ele disse: "Quem vos escuta a vós, a mim escuta" (Lc 10, 16).

Apenas alguns discípulos (dois eram Bispos) é que escreveram o Novo Testamento, e muitos anos após a morte de Nosso Senhor. Tanto o Novo Testamento quanto o Antigo Testamento foram escritos baseados na tradição oral.


A Bíblia manda seguir a Tradição

1)"Em nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo, mandamos que vos afasteis de todo irmão que se entrega à preguiça e não segue a tradição que de nós recebestes" (2 Tm 3,6).

2)"Tu, pois, meu filho, sê forte na graça de Cristo, e o que de mim ouviste perante muita testemunha confia-o a homens fiéis capazes de ensinar a outros" (2 Tm. 1-2). Eis aqui a tradição oral.

Nem tudo está na Bíblia:

"Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

S. Paulo: "Irmãos, ficai firmes e conservai as tradições que aprendestes, quer por palavra, quer por escrita nossa" (2 Tess 2,15).

E como ficam os protestantes sem a tradição e sem a Igreja? O Antigo Testamento prescreve uma série de normas que não foram abolidas pela Bíblia, mas pela Igreja. Como fica a observância dessas normas se só a Bíblia é fonte de revelação?

Exemplos: Não acender fogo (para cozinhar) em nenhuma moradia no sábado (Ex. 35,3). Não semear diferentes espécies no mesmo campo (Lev. 19,19). Não semear e colher nada, nos campos e na vinha, no ano sabático (Ex. 23, 10-11) e (Lev. 25 3-5). Não comer os frutos das árvores nos primeiros três anos (Lev 19, 23-25).

Só a Bíblia, dizem os protestantes, tudo deve apoiar-se sobre a Bíblia! Mas por que então Cristo não deu esta Bíblia? Por que ele não disse aos apóstolos: Sentai-vos e escrevei o que vos dito, ou, então, viajai e distribui bíblias; em vez de: 'ide e pregai - quem vos ouve, ouve a mim" (Lc 10, 16). E os apóstolos foram fiéis à sua missão; poucos escreveram, e escreveram pouco; mas todos pregaram, e pregaram muito.

Se basta a Bíblia, para que servem os pastores protestantes? Por que estas casas de culto... desde que há uma Bíblia em casa?

Ora, o que convém conhecer é menos a letra que o espírito. A observação é de S. Paulo: "A letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Cor 3, 6). Deus fez o sacerdote "ministro do espírito e não da letra" (2 Cor 3, 6).

A Bíblia do Antigo Testamento existia no tempo de Jesus Cristo; entretanto, Ele nunca recomendou aos seus apóstolos a leitura da Bíblia; nem que adquirissem uma Bíblia, mas recomendou que escutassem àqueles que lhes explicavam a Bíblia, de modo autêntico, fossem eles até homens perversos e viciados, desde que constituem a autoridade legítima: "Sobre a cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus; observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem; mas não imiteis as suas ações" (Mt 23, 2).

Fica claro que o Mestre não recomenda "ler a Bíblia", mas praticá-la, conforme as explicações dos chefes capazes de interpretá-la.

Diferenças entre a Bíblia Católica e a protestante

Os livros do Antigo Testamento são 46, reconhecidos autênticos pela Igreja católica. Estes livros foram quase todos escritos em hebraico; e uns em língua caldaica e em grego.

O cânon protestante conta apenas 39 livros, faltando, como se pode verificar, os seguintes livros:

1 e 2 dos Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. Faltam no livro de Ester uns 6 capítulos (10,4 - 16, 24) e no livro de Daniel falta a oração de Azarias, o cântico dos mancebos, o episódio de Susana e a história de Bel e do Dragão. (Pe. Júlio Maria; Ataques Protestantes às Verdades Católicas, pp. 74 - 76: Pe Estevão Bettencourt, O.S.B., Católicos perguntam, pp.22-24)

É bom recordarmos as palavras de S. João, no fim do Apocalipse: "Se alguém cortar qualquer das palavras do livro desta profecia, Deus lhe cortará sua parte do livro da vida e da cidade santa, e do que está escrito neste livro (22, 19).

Convém fazer algumas distinções primeiras quanto aos nomes:

1) Cânon, do grego Kanón = regra, medida e catálogo;

2) Canônico = livro catalogado - o que significa que também é inspirado por Deus;

3) Protocanônico = livro catalogado próton, isto é, em primeiro lugar ou sempre catalogado;

4) Deuterocanônico = livro catalogado, déuteron ou em segunda instância, posteriormente (após ter sido controvertido);

5) Apócrifo, do grego apókryphon = livro oculto, isto é, não lido nas assembléias públicas de culto, reservado à leitura particular. Em conseqüência, livro não canônico, não catalogado, embora tenha aparência de livro canônico (Evangelho segundo Tomé, Evangelho da Infância, Assunção de Moisés...)

Examinemos como foi formado o atual cânon do Antigo testamento.

As passagens bíblicas começaram a ser escritas esporadicamente desde os tempos anteriores a Moisés. Todavia, Moisés foi o primeiro codificador das tradições orais e escritas de Israel, no século XIII A. C. A essas tradições (leis, narrativas, peças litúrgicas) foram sendo acrescidos, aos poucos, outros escritos no decorrer dos séculos, sem que os judeus se preocupassem com a catalogação dos mesmos.

Já no século I da era Cristã, como os apóstolos começaram a escrever os primeiros livros cristãos (cartas de S. Paulo, Evangelhos...), que se apresentavam como a continuação dos livros sagrados dos judeus, estes reuniram-se no Sínodo de Jâmnia, ao sul da palestina, por volta do ano 100 d.C., a fim de estabelecer as regras que caracterizariam os livros sagrados (inspirados por Deus). Foram estipulados os seguintes critérios:


1 - O livro sagrado não pode ter sido escrito fora da terra de Israel,

2 - ... não em língua aramaica ou grega, mas somente em hebraico,

3 - ... não depois de Esdras (458-428 a.C.),

4 - ... não em contradição com a Torá ou Lei de Moisés.

Em conseqüência, os judeus da palestina fecharam seu cânon sagrado sem reconhecer livros e escritos que não obedeciam a tais critérios. Acontece, porém, que em Alexandria, no Egito, havia uma próspera colônia judaica que, vivendo em terra estrangeira e falando língua estrangeira (o grego), não adotou os critérios nacionalistas estipulados pelos judeus de Jâmnia. Os judeus de Alexandria chegaram a traduzir os livros sagrados hebraicos para o grego entre 250 e 100 a.C., dando assim origem à versão grega dita "Alexandrina" ou "dos setenta intérpretes".

Essa edição bíblica contém livros que os judeus de Jâmnia não aceitaram, mas que os de Alexandria liam como "Palavra de Deus"; assim são os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruque, Eclesiástico ou Sirácida, 1o e 2o dos Macabeus, além de Ester 10,4 - 16,24 e Daniel 3,24-90; 13ss).

Podemos, pois, dizer que havia dois cânones entre os judeus no início da era cristão: o restrito, da Palestina, e o amplo, de Alexandria.

O grupo de judeus que se reuniu em Javneh (Jâmnia) se converteu no grupo dominante da historia judaica posterior, e hoje muitos judeus aceitam o cânon de Javneh. Contudo, alguns judeus, como os de Etiópia, seguem um cânon diferente que é idêntico ao Antigo Testamento Católico e inclusive os sete livros deuterocanônicos (cf. Enciclopédia Judaica, vol. 6, p. 1147). Como é lógico, a Igreja não tomou em conta as conclusões de Jâmnia. Primeiro, um concílio judeu posterior a Cristo não tem autoridade sobre os seguidores de Cristo. Segundo, Jâmnia rechaçou precisamente aqueles documentos que são fundamentais para a Igreja Cristã - os Evangelhos e os demais documentos do Novo Testamento. Terceiro, ao rechaçar os deuterocanônicos, Jâmnia rechaçou livros que haviam sido usados por Jesus e os apóstolos e que estavam na edição da Bíblia que os apóstolos usavam na vida cotidiana - a Septuaginta. Como os judeus em todo o mundo que usavam a Septuaginta, os primeiros cristãos aceitaram os livros que encontraram nela. Sabiam que os apóstolos não os guiariam erroneamente nem poriam suas almas em perigo, pondo em suas mãos falsas escrituras - especialmente sem adverti-los contra elas.

Os apóstolos e evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico (ver Mt 1,23 quando cita Is 7,14; e Hb 10,5 (cita Sl 40,6). Esta tornou-se a forma comum entre os cristãos; em conseqüência, o cânon amplo, incluindo os sete livros já citados, passou para o uso dos cristãos.

No começo do cristianismo, como conseqüência da existência desses dois cânones, o de Alexandria e o da Palestina, havia uma certa confusão sobre quais deveriam ser seguidos.

O papa S. Dâmaso, no ano 374, confiou a S. Jerônimo o cuidado de coligir e traduzir os livros santos, sujo conjunto forma o atual cânon ou catálogo da Igreja.

O Catolicismo reconheceu sempre, e o Concílio Tridentino confirmou a lista de S. Dâmaso.

A Sagrada Escritura condena o "Livre Exame"

A) "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pd, 1,20).

B) "Assim vos escreveu também o nosso caríssimo irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando-vos dessas coisas, como faz também em todas as suas cartas. Nelas há, porém, alguma coisa difícil de compreender, que as pessoas pouco instruídas ou pouco firmes deturpam, como fazem também com as outras escrituras, para sua própria ruína" (2Pd 3, 15-16).

C) "Muitas são as opiniões dos homens, e as más imaginações levam ao engano" (Eclo 3,24).

Como explicar que Deus deixaria o mundo ao "livre exame" em que cada um segue sua cabeça e justifica suas opiniões? E onde ficaria a frase de S. João: "Haja um só rebanho e um só pastor" (Jo 10, 16).

E só folhear o Ato dos Apóstolos e verificar que a Igreja, desde o começo, seguia a um só pastor, isto é, o sucessor de S. Pedro (o primeiro Papa).

Outra contradição do "livre exame" é o fato de existirem tantas "igrejas", todas se dizendo inspiradas pelo mesmo 'espírito santo', e cada uma pregando uma doutrina diversa da outra.

Depois, se todos têm o "livre exame", como condenar o exame católico? Como julgar, sem ser através de uma Igreja infalível, se a interpretação de alguém está certa ou não? A inspiração não vem para todos? No fundo, os protestantes se acham, ainda que implicitamente, infalíveis em seu exame. Enquanto os católicos são falíveis individualmente e a Igreja é infalível, alguns cristãos não católicos, individualmente, se outorgam a "infalibilidade" que condenam nos católicos.

As citações são feitas do seguinte modo:

  • A vírgula separa capítulo de versículo. Ex.: Gn 3,1 (Livro do Gênesis, cap. 3, v. 1);
  • O ponto e vírgula separa capítulos e livros. Ex.: Gn 5,1-7; 6,8; Ex 2,3 (Livro do Gênesis, cap. 5, v. de 1 a 7; cap. 6, v. 8; Livro do Êxodo, cap. 2, v. 3);
  • O ponto separa versículo de versículo, quando não seguidos.

Ex.: 2Mc 3,2.5.7-9 (2º livro dos Macabeus cap. 3, v. 2,5 e de 7 a 9);

  • O hífen indica seqüência de capítulos ou de versículos.

Ex.: Jo 3-5; 2Tm 2,1-6; Mt 1,5-12,9 (Evangelho segundo s. João, capítulos de 3 a 5, 2ª carta a Timóteo, cap. 2, v. de 1 a 6; Evangelho segundo s. Mateus, do cap 1, v. 5 ao cap. 12, v. 9).

  • O "s" após o versículo indica que se refere a ele e o subseqüente

Ex.: Mt 21, 21s (Evangelho segundo s. Mateus, capítulo 21, v. 21 e 22)

  • O "ss" após o versículo indica que se refere a ele e os dois subseqüentes

Ex.: Mt 21, 21ss (Evangelho segundo s. Mateus, cap. 21, v. 21, 22 e 23)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Santidade é atual




A santidade é sempre atual


Caros Coirmãos no Sacerdócio,




Nesta ditosa celebração do 150º aniversário do nascimento para o Céu de São João Batista Maria Vianney (4 de agosto de 1859-2009), tenho o prazer de lhes dirigir meus renovados votos de um bom Ano Sacerdotal!


O Cura d'Ars destaca-se diante de nós como exemplo excelso de santidade sacerdotal, não vivida mediante especiais obras de caráter extraordinário, mas na fidelidade cotidiana do exercício do ministério. Tendo-se transformado em modelo e "farol" para a França do início do século XIX e para a Igreja inteira, de todos os tempos e lugares, o Santo Cura é, para cada um de nós, fonte de consolação e de esperança, até mesmo em meio a um certo "cansaço" que nos pode acometer em nosso sacerdócio.


Sua dedicação é um estímulo para nossa alegre doação a Cristo e aos irmãos, de modo que o ministério seja sempre um reflexo luminoso da consagração de que deriva o próprio mandato apostólico e, nele, toda e qualquer fecundidade pastoral!


Que seu amor a Cristo, cheio também de uma afeição extremamente humana e sincera, seja para nós um encorajamento a que nos "apaixonemos" cada vez mais profundamente pelo "nosso Jesus": que Ele seja o olhar que buscamos pela manhã, a consolação que nos acompanha à noite, a memória e a companhia de cada respiro do dia. Viver apaixonados pelo Senhor, a exemplo de São João Maria Vianney, significa conseguir manter sempre elevada a propensão missionária, tornando-nos, de modo progressivo mas real, imagens vivas do Bom Pastor e daquele que proclama ao mundo: "Eis o Cordeiro de Deus".


Que o verdadeiro "arrebatamento" espiritual do Cura d'Ars na celebração da Santa Missa seja para cada um de nós um convite explícito a que tenhamos sempre consciência plena do grande dom que nos foi confiado, dom que nos faz cantar com as palavras de Santo Ambrósio: "...Que nós, elevados a tal dignidade, a ponto de consagrar o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, possamos todos ter a esperança da Vossa Misericórdia!"


Que sua dedicação heroica ao confessionário, alimentada por um espírito expiatório verdadeiro e pela consciência de ter sido chamado a participar da "substituição vicária" do único Sumo Sacerdote, instigue-nos a voltar a descobrir a beleza e a necessidade da celebração do Sacramento da Reconciliação, também para nós, sacerdotes. Tal sacramento, bem sabemos, é um espaço de contemplação real das obras maravilhosas de Deus nas almas que Ele delicadamente fascina, conduz e converte. Tolher-se desse "espetáculo maravilhoso" é uma privação irreparável e injusta, não apenas para os fiéis, mas também para o próprio ministério, que se alimenta da estupefação provocada pelo milagre que se repete cada vez que a liberdade humana diz "sim!" a Deus!


Que, enfim, o amor filial e repleto de comoventes gestos de atenção do Santo Cura d'Ars pela Bem-aventurada Virgem Maria, a quem não hesitou consagrar-se, com toda a sua paróquia, seja um estímulo a que nós, neste Ano Sacerdotal e sempre, deixemos ressoar em nosso coração de padres, com uma fidelidade quase obstinada, o sim de Maria: o seu "para tudo" e "para sempre", que constituem a única medida verdadeira de nossa existência sacerdotal.




Boa festa de São João Maria Vianney!






X Mauro Piacenza


Arceb. tit. de Vittoriana


Secretário

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Partilha do Pão

17º Domingo do Tempo Comum “Ano B”

Leituras: 1ª 2Rs 4,42-44;

Salmo 144/145;

2ª Ef 4,1-6;

Evangelho Jo 6,1-15

É comum a sociedade criticar as ações sociais da Igreja, que se dirá de suas declarações sobre política e economia. Segundo a sociedade a Igreja não deve se meter em assuntos temporais e ocupar-se apenas com o espiritual. A violência, a impunidade, a falta de saúde, a falta de educação, a fome que atingem grande parte da população não dizem respeito ao Reino de Deus? Não diz respeito à Igreja que perpetua e atualiza o anuncio do Reino de Deus?

Domingo passado Marcos (Mc 6, 30-34) mostra que Jesus se compadece daquele povo sem perspectiva de vida, perdido, como ovelha sem pastor. Jesus os acolhe e ensina e ao fim do dia, quando é chegada a hora de despedir-lhes, antes os alimenta (Mc 6, 35-44). A Igreja assim como Jesus se dedica ao “desenvolvimento integral do homem”, não cuida unicamente do espírito.

Jesus não se surpreende com as circunstancias e as usa para apresentar o pão ao povo, para depois mostrar o Pão Verdadeiro. Jesus prepara o anuncio do “Pão da Vida”, como veremos nos próximos Domingos com o sermão do Pão.

Para resolver os problemas econômico/sociais não é preciso que o Filho de Deus venha ao mundo, os meios estão ai. Estes meios providos por Deus, frutos da terra e do trabalho do povo precisam ser utilizados de forma consciente e justa, direcionados a solução dos problemas. A Igreja tem como missão colocar os responsáveis por estes meios diante da vontade de Deus para que vivam como Jesus ensinou. Isso não significa pregar ingenuamente a “Boa Vontade”, sem fazer nada que obrigue as pessoas a pô-la em prática.

Para que a justiça social aconteça é necessário mecanismos, leis, que proporcionem e garantam sua realização concreta. Não é responsabilidade da Igreja criar estes mecanismos e leis, mas a Igreja tem que mostrar o rosto de Deus que deseja que nos tratemos como irmãos. Para isso a Igreja não pode deixar de apontar quais são as responsabilidades concretas.

No Evangelho vemos que a reflexão dos apóstolos é muito racional e funcionalista. A economia de Jesus é muito mais simples, como o menino que na necessidade coloca tudo o que tem em comum – cinco pães e dois peixes. É na simplicidade da dinâmica da partilha, sem calculo algum, no exemplo de desprendimento do menino, que seguindo a simplicidade da lógica do Mestre, coloca tudo o que tem em comum. É a lógica da gratuidade, do amor, do olhar para o irmão, não para si mesmo.

Mediante tudo isso seguro alguma coisa que não quero dividir?

Minha lógica é do acumulo, da centralização, do cada um por si? ou é a lógica de Jesus da partilha, do amor?

A partir da Palavra qual meu novo olhar? é para os outros, para as pessoas que posso encontrar. Minhas mãos vão estar abertas como a do menino do evangelho, estou disposto a colocar o que tenho em comum para o beneficio do outro?

Jesus revela o Deus da vida e do amor. No relato do evangelho o gesto da partilha se da num momento de encontro com a grande multidão onde estavam presentes gentios da Galiléia e de territórios vizinhos sinalizando a abrangência universal do gesto. A solução do problema da fome e das carências do homem não reside na economia de mercado, vender e comprar visando lucro. É na partilha dos bens deste mundo, do pão, dos frutos da terra, da cultura, que se pode satisfazer a todos e ainda sobrara em abundancia. É pela partilha que realizaremos a unidade desejada por Deus, formando-se um só corpo e um só espírito, na comunhão da paz onde não haverá mais divisão entre ricos e pobres.

“O homem que trabalha e ganha o pão que come, não come o pão de ninguém. O homem que trabalha e ganha mais pão que come, come o pão de alguém.” (Sása Mutema, Salvador da Pátria.)

Diác. Adriano Gomes.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Amizade, Dom eviterno de Deus.

A verdadeira amizade é um reflexo do amor de Deus por nós, a Amizade é gratuita, não espera recompensa alguma, a amizade simplesmente é sem nenhuma condição para que seja. Quando era chegada a hora Jesus disse a seus apóstolos “...Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos,...” (cf. Jo 15, 14).

Amizade é comunhão, assim se consolida nas alegrias e nos sofrimentos, rico é aquele que possui amigos verdadeiros, que partilham tudo que somos e passamos.

Milton, você é meu amigo, passei junto de ti todas as suas vitórias, derrotas, sofrimentos e alegrias, assim como você passou as minhas, partilhamos até amigos. Hoje fico feliz por saber que sua amizade é tão forte que resolveu ir ao Pai interceder por nós, partiu para poder cuidar melhor do seu maior tesouro seus amigos e familiares.

Tive a honra de rezar suas exéquias, muito emocionado, com saudades porem não triste, pois a morte é para nós cristãos a vitória, a conquista da verdadeira e eterna vida. E a amizade não tem fim, permanece mesmo na ausência e cresce de forma inequívoca e contínua.

Seja feliz junto de Deus meu amigo, tenha certeza que sua partida serviu para unir cada vez mais os que ainda ficaram a espera da vitória da morte.

Adriano e Joaquim

domingo, 28 de junho de 2009

Igreja Sacramento da Salvação

Foto 002

Neste dia em que comemoramos São Pedro e São Paulo pilares fundamentais da Igreja que Cristo nos deixou quero refletir sobre “Igreja Sacramento da Salvação”.

Esta verdade de fé é o carro mestre da vida cristã, nesta afirmação nós temos o cerne do modo de ser e viver em Cristo, só através da Igreja e dos sacramentos e que nos tornamos aptos a receber a filiação divina e podemos com certeza alcançar um dia a salvação.

Para entendermos esta afirmação é necessário entender com clareza a definição de cada um dos três elementos aqui envolvidos. Só a partir daí poderemos enxergar a ligação (comunhão) entre eles que os tornam uma só coisa, uma só verdade, um só “mistério”, e, através da vivência deste mistério podermos viver em plenitude nossa caminhada em Cristo pelo Espírito Santo em direção ao Pai.

Podemos definir cada elemento, sinteticamente, como:

Salvação - É a participação na natureza Divina, que ocorre por meio de Cristo que dá acesso ao Pai pelo Espírito Santo.

Sacramentos - Sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina (C.I.C. 1131).

Igreja - Podemos falar infinitamente sobre todos os aspectos que definem “Igreja” porem nossa proposta é uma definição sintética, então: Igreja é a reunião dos homens em torno de Cristo, atraídos pelo Pai.

A Igreja pode ser definida ainda como; “Corpo Místico de Cristo”, “Esposa de Cristo”, “Fundamento da Verdade”, “Guardião do depósito da Fé”, “Templo de Espírito Santo”, “Mistério e Sacramento”, “Povo de Deus”.

Tendo definido brevemente o que vem a ser Igreja, Sacramento e Salvação podemos agora procurar o entendimento da sentença “Igreja Sacramento de Salvação”.

Aprouve a Deus Pai, em sua infinita Sabedoria e Bondade, criar o universo, e tendo nele criado o mundo e tudo que nele há, cria o homem sua imagem e semelhança e o eleva (o homem) a participação da vida divina, o homem (Adão) cai e se afasta de Deus e de sua natureza divina que até então participava. Deus não abandona o homem, antes, traça para ele um plano de salvação, um meio do homem retornar a participação da natureza divina.

Deus revela a Si mesmo e da a conhecer o mistério de sua vontade, segundo a qual os homens, por meio de Cristo (Verbo encarnado) têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina. Em virtude desta revelação, Deus convive com eles para os convidar e admitir à comunhão com Ele.

O homem é um ser sacramental, exprime suas relações com Deus num conjunto de sinais e símbolos, igualmente, Deus se utiliza de sinais e símbolos quando se comunica com os homens. Toda a criação revela a Deus, sendo de certa forma sacramento de Deus. O homem, por ser essencialmente um ser sensível, necessita dos sinais e símbolos para poder se relacionar de forma mais estreita com o Deus invisível, fazendo-o visível pelo homem através de seus símbolos. Assim, devido esta necessidade, Deus envia seu filho imagem de Deus invisível, o próprio verbo encarnado que é o sacramento primordial e radical do Pai, pois aquele que viu o Cristo viu o Pai. A revelação de Deus manifesta a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, esta revelação se manifesta a nós em Cristo, mediador e plenitude de toda e revelação.

Cristo esta sempre presente em sua Igreja. É a Igreja Sacramento de Cristo (Pb 922), especialmente nas ações litúrgicas onde em seu dinamismo os sacramentos quando são por alguém (ministro ordinário) ministrado é o próprio Cristo quem ministra. Cristo esta presente na sua palavra, pois é Ele quem fala quando a Sagrada Escritura é lida na Igreja. Cristo associa sempre a si a Igreja, sua esposa muito amada, a qual invoca o seu senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai. Cristo como sacramento do Pai faz da Igreja seu sacramento. A ação salvífica de Cristo é prolongada na Igreja e Pela Igreja.

O homem ferido pelo pecado tem muita dificuldade de manter o equilíbrio moral. O dom da salvação, trazida por Cristo, nos concede a graça necessária para perseverar na conquista das virtudes. O homem deve sempre pedir esta graça de luz e de fortaleza através dos sacramentos. O Homem tem necessidade da salvação, chamado a felicidade por Deus é em Cristo, Sacramento de Deus, que o homem encontra a realização deste chamado. Somente pelos sacramentos da nova aliança é que o homem recebe a graça sacramental de Cristo, o Espírito Santo presente nestes sacramentos cura e transforma os que o recebem, conformando-os com o filho de Deus. Esta vivencia sacramental traz como fruto a adoção divina, concedida inicialmente pelo sacramento do batismo e mantida e aumentada pelos demais sacramentos, em especial pela Eucaristia, centro de toda vida sacramental, o próprio Cristo presente em corpo, alma, sangue e divindade no meio de nós.

O Homem não é capaz de chegar a salvação sem a vivencia dos sacramentos, todos os homens estão implicados no pecado de Adão e precisão fazer a adesão a Cristo em seus sacramentos para receber a graça no Espírito Santo que proporciona a salvação. A plenitude dos meios de salvação é concedida a Igreja através do Espírito Santo por Cristo que é a própria Igreja formada do corpo místico que somos nós, leigos e clérigos regidos pelo Espírito Santo e da cabeça que é o próprio Cristo.

É através dos ministros ordenados, herdeiros do carisma apostólico, que Cristo atua em sua Igreja, quando um ministro Ordenado batiza é o próprio Cristo que batiza. É através da Igreja que Cristo se faz presente e se põe ao alcance de todos os homens, pondo também ao alcance de todos a salvação. O Pai chama todos os homens a salvação e é através da Igreja que este chamado se realiza plenamente. Só através da Igreja o Homem pode receber as graças sacramentais necessárias a sua salvação, pois a Igreja é sacramento de Cristo que é sacramento do Pai, Templo onde está o Espírito Santo de Deus, sacramento que nos conduz a participação na natureza divina de Deus. Assim a Igreja é o Sacramento que nos da à salvação, e a coloca ao alcance de todos, tornando a Salvação universal e não mais para alguns apenas. “Igreja sacramento de salvação”.

Diác. Adriano T. Gomes

quarta-feira, 17 de junho de 2009


O povo Hebreu esteve no Egito ou não?


Os sacerdotes-arquitetos das Pirâmides utilizavam como unidade de medida o côvado sagrado, diferente do côvado comum ou real. Segundo o Pe. Moreux, é o mesmo côvado dos hebreus. E foram estes que o aportaram ao Egito.
“Não podemos fugir da conclusão, escreveu o Pe Moreux, de que antes da ereção da Grande Pirâmide, existia sobre a Terra um povo que possuía esse côvado sagrado e que transmitiu essa medida aos construtores desse monumento único, e aos antecessores do povo de Israel. Então voltamos à mesma questão: de onde esse povo desconhecido tirou essa medida à qual as nações modernas serão um dia obrigadas a adotar porque é invariável?”


Leia mais em: http://migre.me/2p6n

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Projeto Inical

O projeto inicial deste Blog é a catequese, ocorreu um distanciamento deste propósito, porem irei retomar o caminho que me propus, em breve estarei inserindo aqui um roteiro de catequese progressiva com o auxílio e alguns irmãos.

quarta-feira, 11 de março de 2009

CASO DA MENINA DE ALAGOINHA O lado que a imprensa deixou de ver




No dia 25 de fevereiro, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de nove anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de treze anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato, assim também o entendemos dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.
O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levaram as crianças ao IML e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), ambos em Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.
No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia dois de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das quinze horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.
Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.
Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.
Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.
Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.
Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas com a promessa da assistente social de que a documentação sobre a menina dos 9 anos com o parecer médico e os encaminhamentos para o aborto seriam enviados ao Conselho Tutelar de Alagoinha até a quarta-feira, dia 4 de março, o que até hoje no Conselho Tutelar se espera. Foram enviados apenas os documentos relativos às informações sobre a menina irmã de 14 anos, também violentada.
Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer, pois estava claro para nós que em pouco tempo seria iniciado o processo abortivo.
Dada a repercussão do fato, o Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se deu. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a forma como tudo se seu. Nessa reunião, que se deu na terça-feira, dia 3, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, também estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente para com o pai, ligou ao IMIP e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez por volta das 8 horas da manhã.
Outro encontro de grande importância na luta pela vida dos bebês aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira, dia 3. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina fomos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, ficamos na sala de espera, mas o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas e possíveis providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro, que se deu na Sala da Presidência do TJPE, também estava presente o pai da criança, o Sr. Erivaldo. Depois de cerca de 1 hora de reunião, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda pudessem ser salvas, com base na orientação dada pelo diretor do IMIP para cancelamento de toda e qualquer iniciativa pró-aborto naquele dia.
Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso Sobrinho recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceitado. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança e a mãe. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Eu e o Conselheiro Hélio ficamos embaixo esperando a volta de Maria José. Ela, na recepção do quarto andar, identificou-se e a atendente, certamente ciente que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.
No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao IMIP para ver a criança, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento reservado exclusivamente para a menina e a sua mãe, uma balconista (enfermeira atendente) chamada Sandra afirmou meio irritada em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que se trata de alguém influente na casa.
Ficamos então a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo “risco de morte” e que, por isso, deveria ser submetida urgentemente aos procedimentos abortivos para que a situação não se agravasse mais ainda. A pergunta é: como alguém correndo risco de morte poderia ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse uma paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente e a criança ter condições de ser removida a um outro hospital? O que teriam dito as militantes do grupo Curumins à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai, que depois de cerca de vinte e cinco minutos de conversa, a sós, com a Assistente Social, a portas fechadas, saiu da sala totalmente convicto de que a sua filha deveria abortar os seus netos, desfazendo sua opinião primeira favorável à vida das crianças? Por que ninguém no IMIP informou ao Conselho Tutelar para onde teria sido transferida a criança? Por que tanto silêncio e tanto mistério? Estariam, por acaso, fazendo algo errado que não pudesse ser conhecido?
De lá do IMIP voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos de onde a menina e a sua mãe se encontravam. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha naquela noite.
Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, já em Alagoinha, ficamos sabendo, por meio da imprensa, que a criança estava internada no CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho e luta para salvar as duas crianças se foi, baseado num ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana como se de nada estivéssemos falando.
Tudo isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.
Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, no momento em que, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.
Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra dele mesmo que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo. 10,10).
Nisso cremos, nisso apostamos e por isso nos gastaremos sempre.
Acima de tudo, a Vida, dom de Deus para todos!

Padre Edson Rodrigues
http://padreedson.blogspot.com/2009/03/caso-da-menina-de-alagoinha-o-lado-que.html

segunda-feira, 9 de março de 2009

DOM JOSÉ CARDOSO SOBRINHO, O MÁRTIR EM DEFESA DA VIDA.




From: Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
To:
Sent: Saturday, March 07, 2009 1:40 PM
Subject: DOM JOSÉ CARDOSO SOBRINHO, O MÁRTIR EM DEFESA DA VIDA

Prezado Dom José Cardoso Sobrinho

Louvada seja Aquela que nos trouxe o Autor da Vida!

Aqui em Roma, em meio aos estudos de Bioética, desejaria ter mais calma para escrever esta carta de elogio à sua brilhante atuação como pastor diante da Arquidiocese de Olinda e Recife. Temo, porém, pecar por omissão se deixar para depois algo que deveria escrever hoje em apoio à sua defesa da vida de três crianças.
Sim, três são as crianças que o senhor defendeu: uma menina de nove anos, violentada pelo padrasto, e duas crianças gêmeas geradas neste ato de violência.
Em meu trabalho pró-vida, várias vezes deparei-me com casos de adolescentes ou crianças vítimas de estupro. Enquanto as feministas ofereciam aborto, nós, cristãos, oferecíamos acolhida, hospedagem, assistência espiritual e acompanhamento durante a gestação, parto e puerpério.
As crianças geradas em um estupro costumam ser alvo de um carinho especial de suas mães. Longe de perpetuar a lembrança da violência sofrida (como dizem alguns penalistas), o bebê serve de um doce remédio para o trauma do estupro. Podendo doar o bebê após o parto, elas se assustam só de pensar em ficar longe dele. Tremem ao se lembrar que um dia cogitaram em abortá-lo.
O aborto, além de ser uma monstruosidade maior que o estupro, causa um trauma adicional à mulher violentada. A idéia do aborto como "alívio" para o estupro é uma falsidade que deveria ser banida dos livros de Direito Penal.
A imprensa que acusa o senhor teve o cuidado de não revelar como o aborto foi feito. E com razão. Pois enquanto os defensores da vida mostram com alegria a linda criança concebida em um estupro, os abortistas não podem mostrar os restos mortais dos bebês que foram assassinados. Em se tratando de dois bebês de quatro meses, é possível que os médicos tenham feito uma cesariana para extraí-los do ventre materno. E depois? Depois, devem tê-los jogado no lixo, esperando que morressem. Uma cena nada agradável, nem digna de quem professa a Medicina. Os autores desse assassínio precisaram ter o sangue frio de um algoz para olhar nos olhos de suas duas vítimas abortadas. Mas é a pura realidade.
Outro argumento usado pelos abortistas é que a menina-mãe, por causa de sua tenra idade, não poderia levar até o fim a gravidez. Por isso, o aborto seria "necessário" para salvar a vida dela. Evidentemente, como o senhor sabe, tudo isso é mentira. A menina não estava prestes a morrer nem o aborto se apresentava como a "solução". Uma gravidez como a dela exigiria um acompanhamento adequado. Médicos que honrassem o seu juramento fariam tudo para salvar os gêmeos, esperando que eles chegassem a uma idade gestacional em que poderiam sobreviver a uma operação cesariana. Afinal, para que servem as nossas UTIs neonatais?
Talvez os bebês morressem espontaneamente durante a gravidez. Mas os médicos não carregariam a culpa por esse aborto espontâneo.
Aos que levianamente criticam o senhor, defendendo o aborto como meio para salvar a vida da mãe, eu proponho o seguinte caso.
Suponhamos que, de fato, o aborto pudesse "curar" alguém. Façamos de conta que, em alguma hipótese, o aborto seja "terapêutico". Estaríamos diante de um caso semelhante ao de uma mulher que, oprimida pela fome durante o cerco de Jerusalém (ano 70 d.C), matou e devorou o próprio filho recém-nascido. O episódio é narrado pelo historiador Flávio Josefo. O raciocínio é o mesmo.
Se a mulher não matasse seu filho, ambos morreriam de fome. Ao matá-lo, pelo menos uma das vidas foi salva.
Quem aplaude o aborto como meio para salvar a vida da mãe, deve, por coerência, aplaudir a atitude desse mulher que matou o filho para salvar a própria vida.
O senhor sabe muito bem - mas há muitos que não sabem e não querem saber - que nunca é lícito matar diretamente um inocente, nem sequer para salvar outro inocente. Por isso, o senhor está de parabéns por ter cumprido sua missão, que não é a de matar, mas a de dar a vida por suas ovelhas.
Permita-me agora referir-me a uma das mentiras que estão sendo apregoadas. A grande imprensa vem apregoando que, no caso da pobre menina de nove anos, o aborto foi legal. Ora, isso é absurdo. Não há aborto "legal" no Brasil, assim como não há furto "legal". Nossa Constituição, que protege o direito à propriedade (por isso, não há furto "legal"), também reconhece a inviolabilidade do direito à vida (por isso não há aborto "legal"). O que os médicos fizeram, aos olhos da lei penal, foi um crime. Ocorre que, nem sempre a pena é aplicada ao criminoso. Há hipóteses, chamadas de "escusas absolutórias", em que a pena não se aplica, embora subsista o crime. Um exemplo típico é o do furto praticado em prejuízo de ascendente, descendente ou cônjuge (art. 181, CP). Quem pratica tal furto (por exemplo, o filho que furta do pai) comete crime. No entanto, por razões de política criminal (como a preservação da intimidade da família) em tal caso o furto não se pune. Analogamente o aborto, que é sempre crime, tem dois casos em que a pena não se aplica: I - se não há outro meio (que não o aborto) para salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido do consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (art. 128, CP).
O médico que pratica aborto em ambas as hipóteses comete crime. A lei não autoriza a praticar o crime, mas pode deixar de aplicar a pena após o crime consumado.
Como, porém, houve crime, faz-se necessário um inquérito policial. A polícia, indiciando os médicos e outras pessoas envolvidas, verificará se de fato foram preenchidos os requisitos para a não-aplicação da pena. Em outras palavras: verificará se a atitude dos médicos, além de ilegal e criminosa, é também passível de sanção penal.
Pode ser que o delegado de polícia chegue, por exemplo, à conclusão - nada improvável - de que o consentimento da mãe da menina foi obtido mediante fraude ou coação. Nesse caso, uma vez comprovada a invalidade do consentimento, a conduta dos médicos se enquadrará no artigo 125 do Código Penal (aborto provocado sem o consentimento da gestante), cuja pena é reclusão de três a dez anos.
Se os genitores da menina gestante foram vítimas de fraude ou coação, será possível ainda acionar judicialmente os médicos requerendo uma reparação civil de danos. Claro que nada repara a perda de duas vidas, nem o trauma sofrido pela menina de nove anos submetida ao aborto, mas uma indenização serviria como meio de advertência para os profissionais da morte.
Escrevo tudo isso para dizer que o senhor está do lado, não apenas da lei de Deus, mas também da lei dos homens. O senhor é digno de aplausos pela Igreja Católica e pelo direito positivo brasileiro.
Peço que o senhor não desanime. Estamos do seu lado. E, mais ainda, o Senhor da Vida está do seu lado!
Os ataques que o senhor sofre por todos os lados, até mesmo por pessoas de dentro da Igreja, fazem-me lembrar o que predisse Jesus: "Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra. Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares" (Mt 10,34-36).
As injúrias, as perseguições, as calúnias, tudo isso que o senhor está fazendo deve ser para nós, não só motivo de dor, mas motivo de grande alegria. Com efeito, assim se pronunciou Jesus na última das bem-aventuranças:

"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós" (Mt 5,11-12).

Parabéns, Dom José Cardoso Sobrinho!
Subscreve o seu admirador, pedindo-lhe a bênção.

O escravo de Jesus em Maria,

--
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
http://www.providaanapolis.org.br/

"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

sexta-feira, 6 de março de 2009

REPÚDIO AO ABORTO

Gostei tanto do e-mail do meu Dileto irmão em Cristo o Pe. Giovane que resolvi compartilhar aqui no Blog.

Diac. Armando Ferreira

REPÚDIO AO JORNAL DA GLOBO E AO COMENTÁRIO DE ARNALDO JABOR

No dia 4 de março de 2009, o Jornal da Globo noticiou a excomunhão dada aos pais e médicos, que autorizaram e fizeram o aborto de dois gêmeos, numa menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto. Na reportagem, o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, diz que os que autorizaram o aborto e os que o fizeram estão excomungados, pois o aborto é um crime abominável. Mas ele explica que só os maiores de idade recebem a excomunhão. No caso, a menina, mãe dos gêmeos, não recebeu a excomunhão. Na entrevista, o Arcebispo diz uma grande verdade a Lei de Deus está acima de qualquer lei humana que permita crimes e assassinatos. O comentarista do jornal acusou o Arcebispo de pertencer à ala conservadora da Igreja. Como se não bastasse, o comentarista ARNALDO JABOR, mostrando toda a sua ignorância de Teologia e da Palavra de Deus, falou que “quem fez a Lei de Deus foram os homens”, que o Arcebispo é um “inquisidor que não tem Deus”, e que usa argumentos da Idade Média. Dizendo também que a Lei de Deus e da Igreja mataram Santa Joana D’Arc. E ainda elogiou o Papa Paulo VI e o Papa João Paulo II como progressistas, acusando o Papa Bento XVI de “insensível”, “linha dura”. Em seguida, o JORNAL DA GLOBO colocou um teólogo ex-professor da PUC de São Paulo, argumentando a favor do aborto.
Diante disso, repudiamos tanto o JORNAL DA GLOBO como ARNALDO JABOR e damos total apoio e solidariedade a DOM JOSÉ CARDOSO SOBRINHO, ARCEBISPO DE OLINDA E RECIFE e esclarecemos:
O aborto é assassinato, pois a criança ou as crianças no ventre da mãe não são parte do corpo dela, mas são seres individuais que precisam somente de tempo e alimentação para se desenvolverem. Nem o pai, nem a mãe acrescentam mais nada ao embrião, depois da concepção.
O médico que fez o aborto se defendeu, dizendo que fez o que era permitido pela lei do país e que a menina corria risco de morte ao engravidar de gêmeos. Porém, a dúvida sobre o risco de morte de uma pessoa não justifica o assassinato de duas pessoas (os filhos gêmeos).
Devido à falta de fé de Arnaldo Jabor, ele comenta que a Lei de Deus foi feita pelos homens, igualando as duas leis. Isso é uma falta de respeito não só contra o catolicismo, mas contra todas as Igrejas cristãs. O fato de ele não acreditar na inspiração bíblica e no mandamento: “Não matarás”, não faz dele um doutor em Teologia.
Os verdadeiros “inquisidores” desta história são os pais da menina, o médico e sua equipe abortista. Eles que decidiram que dois indefesos deveriam morrer para garantir a vida de uma pessoa que PODERIA TALVEZ correr risco durante a gravidez.
Quem matou a Santa Joanna D’Arc foram os governos da França e da Inglaterra. Da França, porque usou os dons e visões que a santa tinha para vencer e expulsar os Ingleses na guerra e depois que fizeram as pazes, num acordo, entregaram a Santa para o governo da Inglaterra. E o governo da Inglaterra porque fez a falsa acusação de bruxaria e a execução da Santa, por pura vingança. A Igreja, quando teve conhecimento da injustiça, por causa de um acordo político entre essas duas nações, logo canonizou a Santa.
Os Papas elogiados por Arnaldo Jabor como progressistas eram contra o aborto. E a lei que dá excomunhão a abortistas é de João Paulo II, elogiado por Arnaldo Jabor, e não do Papa Bento XVI, criticado na reportagem.
A reportagem não fala se o teólogo, ex-professor da PUC-SP é católico ou não. E se for, com certeza, não é mais professor da PUC por causa de suas heresias.
Só quem tem o poder de dar a vida pode tirá-la. Esse alguém é Deus. E a vida dos mais velhos não tem mais valor do que a dos mais novos, a vida da mãe não é mais valiosa que a dos filhos. Vida é vida e toda vida tem o mesmo valor e deve ser defendida.
Pe. Giovane Silva de Santana - Diocese de Campo Mourão - PR

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

ATITUDES APÓS A CONSAGRAÇÃO E APÓS A COMUNHÃO

Notamos que a maioria das pessoas presentes a Santa Missa em qualquer igreja ficam meio desorientadas sem saber se ficam em pé, sentadas ou de joelhos nesses momentos, daí a idéia de escrever algo que as ajude a saber qual atitude correta a tomar.

-Após a Consagração, quando o Santíssimo Sacramento é conduzido do Sacrário para o Altar.
Notamos que neste momento, apesar de já se encontrarem sobre o altar partículas consagradas, a maioria das pessoas não sabe qual a atitude correta a tomar, e algumas pessoas ajoelham-se.
Ora, já que as partículas consagradas são Jesus, então o Jesus que esta vindo do Sacrário é o mesmo que já esta sobre o Altar, por isso devemos nos manter na mesma posição que estávamos, pois de fato já estávamos na presença de D’ele.

-Após a Comunhão, quando o Santíssimo Sacramento é conduzido do Altar para o Sacrário.

Neste momento a atitude correta depende se nós comungamos ou não:

.Se comungamos, ficaremos sentados conversando interiormente com o Jesus que nós comungamos, pois apesar de Jesus estar se retirando o mesmo Jesus esta em nós, somos um sacrário vivo. Portanto se Jesus esta em nós, não há necessidade de se ajoelhar.

.Se não comungamos, ai sim ficaremos de pé em sinal de prontidão e respeito pelo Rei que se retira.

Diac. Armando Peixoto Ferreira

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Silêncio




Quando falo aos catequizandos sobre a celebração Eucarística (MISSA) enfatizo que a celebração começa no ato de decidir-se ir a Missa, escolhemos a roupa, tomamos um banho nos arrumamos e nos pomos a caminho da Igreja, é o inicio da procissão de entrada onde os fiéis, unidos pelo mesmo objetivo, se colocam em procissão e chegando a Igreja tomam seu lugar na assembléia. Durante esta procissão o que pensamos? o que fazemos? Refletimos sobre nossa semana, nossa faltas, nossas boas ações, nossas graças alcançadas, nossos pedidos e agradecimentos, em interceder pelos nossos mortos, em interceder pelos vivos necessitados, Etc... Em resumo nos preparamos para bem celebrar a Eucaristia como participante ativo não meros espectadores. Como exercer esta tão profunda interiorização sem a pratica do Silêncio? Imaginem refletir profundamente todas estas coisas em uma animada roda de conversa. Impossível!
Para que toda a preparação que fazemos para participar da Missa tenha sucesso é necessária nossa participação ativa, que se faz através de todos os sentidos do ser humano. Realiza-se pelos olhos, pelos ouvidos, pela boca, o paladar, o olfato, o tato, a ação, o movimento e pelo silêncio.
O silêncio é tão importante nas celebrações Eucarísticas que está inserido com insistência na Introdução Geral ao Missal Romano, sobretudo após as leituras e após a homilia (cf. IGMR n. 56 e 136). O nº 45 da IGMR nos diz:

“O silêncio
45. Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.
Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.”

Geralmente nos momentos de interiorização em que o silêncio é requerido, a equipe de Musica executa um canto que nos ajuda nessa tarefa, infelizmente o que vemos ao invés do requerido silêncio é um burburinho de conversa que compete com o canto para se fazer entender pelo vizinho do banco, o mesmo vemos, ou melhor, ouvimos durante a homilia. Imaginemos a seguinte cena: Três amigos lhe fazem uma visita e após um breve oi se sentam em seu sofá e começam a conversar excluindo você da conversa sem lhe dar atenção ou ouvir o que você fala, literalmente ignorando-o em sua própria casa. Como você se sentiria?
Devemos estar integrados na celebração dando o devido respeito a Cristo, seu representante, o Padre, bem como a todos os fiéis que estão na assembléia para participar da Ceia Eucarística.



Diác. Adriano T. Gomes

Semana do Ano Catequético 2009




O objetivo do “Ano Catequético 2009” se expressa da seguinte forma: Dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado. Uma ação eclesial só é evangelizadora se também catequiza. Catequese não é, portanto uma ação restrita aos ministros da catequese, mas é de todo cristão. Com isso há necessidade de recuperar a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé e não somente preparação aos sacramentos ou destinada somente às crianças.
Catequese como caminho para o discipulado traz presente a necessidade do encontro pessoal com Jesus Cristo e conseqüentemente o seguimento e a missão: todo discípulo é missionário.
Neste sentido foi realizado este ano pelo GAC (Grupo de Apoio a Catequese) uma Semana Catequética na Paróquia que ocorreu de 26 à 31 de Janeiro. Nestes dias foram tratados alguns temas do “Texto Base do Ano Catequético 2009” com os catequistas da Paróquia. Para desenvolver os temas contamos com a colaboração inestimável de duas catequistas da Paróquia da Santíssima Trindade N... e N..., com o Seminarista Alan de nossa Arquidiocese, com o Seminarista Fabiano, hoje na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, com o Seminarista Jean MSC e diversas pessoas que colaboraram para o bom andamento dos trabalhos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nasce um Novo Bispo de Niterói para MG

O Papa Bento XVI nomeou, para Bispo da diocese de Divinópolis(MG), o Padre Tarcísio Nascentes dos Santos. Natural de Niterói – RJ, atualmente Pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, da Venda da Cruz (desde 1996) e Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora; Vigário Episcopal do Vicariato Niterói Norte(desde o final de 2004); (desde 2005), Diretor do Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José – RJ (desde 2005).

Matéria completa no link: http://www.arquidioceseniteroi.org.br/informativos.asp?id=7086

"Deus seja Louvado"

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Orações

Para aqueles que ainda não sabem todas as orações comuns ou querem aprender novas orações para partilhar em assembléia e reuniões diversas coloco abaixo um link muito bom:

http://www.paroquias.org/oracoes/


Enviado pelo Diác. Armando

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Genuflexão

Genuflexão


Se observarmos por um breve instante a porta principal da Igreja antes do inicio da Missa veremos uma infinidade de coreografias e passinhos de dança, por vezes temos a impressão de que a pessoa tropeçou e vai ao chão. Por que isso? É a tentativa de executar a genuflexão, nossa saudação a Cristo eucarístico presente no sacrário faz parte da boa educação cumprimentar o dono da casa quando chegamos. Por dificuldades físicas, problemas de saúde ou simplesmente desconhecimento é cada vez mais raro presenciarmos uma verdadeira genuflexão. A genuflexão consiste em dobrar as pernas colocando o joelho direito no chão.
Durante a consagração: Por dificuldades físicas, problemas de saúde, idade ou falta de espaço adequado para ajoelhar. "Aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração" (cf. IGMR n. 43). Isto é após a consagração do pão e após a consagração do Vinho.
Da mesma forma aqueles que por motivo de idade e ou de saúde não conseguem executar a genuflexão ao entrar na Igreja ou passar diante do Sacrário devem fazer inclinação profunda, aqueles que possuem condição de executar a genuflexão o façam com calma e devido respeito, cumprimentem Jesus com amor e carinho.


Um pouco mais sobre Genuflexão

A genuflexão indica humildade, Submissão ao outro. É um gesto da liturgia latina de origem romana quando se apresentava a uma autoridade. Podemos fazer genuflexão na frente de Jesus na Eucaristia, e na sexta-feira santa, na frente da cruz.
“A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento, e à santa Cruz, desde a solene adoração na Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília pascal.
Na Missa o sacerdote celebrante faz três genuflexões, a saber: depois da apresentação da hóstia, após a apresentação do cálice e antes da Comunhão. As particularidades a serem observadas na Missa concelebrada, vêm indicadas nos respectivos lugares (cf. IGMR n. 210-251).
Se, porém, houver no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar, e quando dele se retiram, não, porém, durante a própria celebração da Missa.
Também fazem genuflexão todos os que passam diante do Santíssimo Sacramento, a não ser que caminhem processionalmente.
Os ministros que levam a cruz processional e as velas, em vez de genuflexão, fazem inclinação da cabeça.” (IGMR 274)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Experiencia nova


Bem esta é uma experiencia nova para mim, espero que possa ser de alguma utilidade a evangelização e difusão da Doutrina católica. Pretendo que seja um espaço catequético onde aprenderei e ensinarei o que estiver ao meu alcance.

“O Coração de Jesus esteja contigo e Seu Reino Venha sobre ti!”.

Diác. Adriano T. Gomes


"Fraternidade e defesa da vida”
“Escolhe, pois, a vida”.
(Dt 30, 19)
CF 2008