terça-feira, 23 de março de 2010

Bíblia

Traduções da Bíblia


Por volta de 180 d.C. surgiram as primeiras traduções do texto do Novo Testamento em Latim, siríaco e o copta.

A forma latina divulgada amplamente a partir do século VII chama-se Vulgata. A Vulgata é obra de Jerônimo (340/350-420 d.C.) que traduziu diretamente dos textos originais em grego e hebraico a pedido do Papa São Dâmaso. Pesquisas atuais atribuem a ele apenas a tradução do Antigo Testamento e os Evangelhos com revisão final por volta de 383 d.C.

Analisando as traduções existentes, já na época, deparamos com divergências causadas pela transliteração, isto é pelas versões na língua de destino do texto. Visando eliminar possíveis distorções e manipulações dos textos Sagrados durante séculos a Igreja só utilizou a versão em latim da Escritura, a "Vulgata", que só ganhou reconhecimento oficial da Igreja no Século XVI.

Em 1514 foi impressa a primeira edição grega do Novo Testamento, por encomenda do cardeal Ximenes (1517) em 1502 na cidade universitária de Alcala, Espanha. A encomenda do cardeal abrangia o Antigo e o novo testamento, sendo o novo publicado em duas colunas (grego e Latim) e o antigo em três colunas (Hebraico, Latim/Vulgata e Grego/Septuaginta), a obra completa foi publicada em 1520 com a autorização da Santa Sé. A obra foi elaborada segundo a "critica textual" com base nas fontes principais da época, cópias dos originais gregos e hebraicos, e visava um aprimoramento do texto levando o mais próximo possível dos originais.

Em 1515 o Humanista Holandês Erasmo de Rotterdam (1469-1536) tendo tomado conhecimento do empreendimento Espanhol preparou as pressas uma edição poliglota das Escrituras que passou a ser comercializada amplamente em 1516. Marinho Lutero utilizou a 2ª edição desta obra (1519) para a sua tradução da Biblia para o Alemão. Outros editores se utilizaram desta tradução feita a toque de caixa para elaborar suas próprias edições, como o parisiense Robert Estienne.

Com isso algumas diferenças de sentenças e até falta de trechos dos textos ocorreram nestas edições, fazendo com que o texto da Vulgata continuasse ainda o único utilizado liturgicamente pela Igreja evitando distorções de tradução e entendimento.

Com o Concilio Vaticano II veio a definição que a Sagrada Escritura fosse traduzida para a língua vernácula, possibilitando assim um maior acesso aos fieis que já não tinham mais conhecimento do Latim. Retorna aqui o problema da lingüística que ocorre durante a tradução a possibilidade de alteração das sentenças dos textos originais, por isso devemos ter atenção as traduções que utilizamos, toda tradução confiável tem o "IMPRIMATUR" um selo de garantia de que o texto confere com o original em pelo menos 99%, apesar das falhas que podem advir da transliteração.