segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ADIVINHAÇÃO, HORÓSCOPO E MAGIA você acredita?


O que nos diz a Biblia?

“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus te dá não te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquela terra. Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou à invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se entregam a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus”

(Deuteronômio 18, 9-13).

O que nos diz o Catecismo Da Igreja Católica.

2115. Deus pode revelar o futuro aos seus profetas ou a outros santos. Mas a atitude certa do cristão consiste em pôr-se com confiança nas mãos da Providência, em tudo quanto se refere ao futuro, e em pôr de parte toda a curiosidade malsã a tal propósito. A imprevidência, no entanto, pode constituir uma falta de responsabilidade.
2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demónios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente «reveladoras» do futuro (45). A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenómenos de vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.
2117. Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção dos demónios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso, a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia.

Tractatus de São Zenão, bispo de Verona e mártir do 4º século.
Ele apresenta aos neófitos o horóscopo que devem observar após terem renascido pelo batismo.

“Portanto, irmãos, eis o vosso horóscopo.
O primeiro a vos acolher não é Áries, mas o Cordeiro que não rejeita todo aquele que n’Ele crê. Ele revestiu a vossa nudez com o alvo candor de sua lã, com grande bondade derramou o seu leite bendito em nossos lábios que se abriam lamuriosos. Semelhantemente Ele, não como um Touro de pescoço soberbo, de cara agressiva, de chifres ameaçadores, mas como Vitelo ótimo, doce, carinhoso e manso, vos exorta a jamais buscar proteção em alguma atividade, mas a recolher – submetendo-vos sem malícia a sua canga e fecundando, submetendo-a a vós, a terra da vossa carne – nos celestes celeiros a rica safra das sementes divinas.
E mediante os Gêmeos que seguem, isto é, mediante os dois Testamentos que vos anunciam a salvação, vos exorta a evitar sobretudo a idolatria, a impureza e a avareza, que é Câncer incurável.
Mas o nosso Leão, como ensina o Gênesis, é o leãozinho cujos santos sacramentos celebramos, o qual, reclinando-se, adormeceu para vencer a morte e ressurgiu para conferir-se a imortalidade como dom de sua feliz Ressurreição.
Segue-lhe na ordem Virgem, prenunciando Libra, para nos fazer conhecer por meio do Filho de Deus, encarnado e nascido da Virgem, que a equidade e a justiça foram trazidos à terra. Quem as observar constantemente e as administrar fielmente pisará, com pés incólumes, não direi o Escorpião, mas, como afirma o Senhor no Evangelho, todas as demais serpentes.
Mas não deverá temer nem mesmo o próprio diabo, que é ferocíssimo Sagitário, armado de flechas incandescentes, constante causa de terror para os corações de todo o gênero humano. Porque assim diz o apóstolo Paulo: Revesti-vos da armadura de Deus para poder resistir às insídias do diabo abraçando o escudo da fé, por meio do qual podeis repelir todos os dardos incandescentes do maligno. De fato, ele por vezes lança contra os infelizes o Capricórnio, de aspecto deformado, o qual, atacando com seu chifre, sopra de seus lábios pálidos a espuma fervente de suas veias, com apavorante destruição e terríveis efeitos, sobre todos os membros de quem lhe é prisioneiro. Torna alguns loucos, outros furiosos, outros homicidas, outros sacrílegos, outros cegos pela avareza. Seria longo descer aos particulares: ele possui diferentes e inúmeras artes para causar danos, mas todas elas, escorrendo com suas águas salutares, o nosso Aquário como de costume tornou vãs, sem grande dificuldade.
Seguem-no necessariamente em uma única constelação os dois Peixes, isto é, os dois povos, Judeus e Gentios, que recebem a vida da água do batismo, marcados com um único sinal a fim de serem o único povo de Cristo.”


(Zenão de Verona, Trattati, a cura di G. Banterle e R. Ravazzolo, Città Nuova – Società per la conservazione della Basilica di Aquileia, Roma 2008, pp. 151-153.)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Você não sabe o que é YOUCAT?

L'Osservatore Romano
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos jovens amigos!

Hoje, aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário.

É extraordinário pelo seu conteúdo, mas também pelo modo pelo qual é formado, que eu desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender sua particularidade. Youcat originou-se, por assim dizer, de uma outra obra, que surgiu em meados dos anos 80. Era um período difícil para a Igreja, assim como para a sociedade mundial, durante o qual se sugeriu a necessidade de novas orientações para encontrar uma estrada rumo ao futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mutante clima cultural, muitas pessoas não sabiam mais corretamente em que os cristãos deveriam propriamente acreditar, o que a Igreja poderia ensinar, se ela poderia ensinar algo a todas as pessoas, e como tudo isso poderia adaptar-se ao novo clima cultural. O Cristianismo enquanto tal não está superado? Pode-se, ainda hoje, racionalmente, ser crentes? Essas são perguntas que ainda hoje muitos cristãos se colocam. O Papa João Paulo II resolveu tomar uma decisão audaciosa: decidiu que os bispos de todo o mundo escreveriam um livro, através do qual responder a essas perguntas.

Ele confiou-me a missão de coordenar o trabalho dos bispos e assegurar que, das contribuições dos bispos, nascerie um livro – digo um verdadeiro livro, não uma simples justaposição de uma multiplicidade de textos. Este livro devia levar o título tradicional de Catecismo da Igreja Católica (CIC) e, todavia, ser algo de absolutamente estimulante e novo; devia mostrar em que crê a Igreja Católica e de que modo se pode crer de maneira racional. Fiquei assustado com essa tarefa, e devo confessar que duvidei que algo de similar pudesse surgir. Como podia acontecer que autores espalhados por todo o mundo pudessem produzir um livro legível?

Como podiam homens que vivem em continentes diversos, e não somente do ponto de vista geográfico, mas também intelectual e cultural, produzir um texto dotado de uma unidade interna e compreensível em todos os continentes? A isso, acrescentava-se o fato de que os bispos deviam escrever não simplesmente a título de autores individuais, mas em representação de seus coirmãos e das suas Igrejas locais.

Devo confessar que, ainda hoje, parece-me um milagre o fato de que esse projeto tenha alcançado seu objetivo. Encontramo-nos três ou quatro vezes no ano por uma semana e discutimos apaixonadamente sobre individuais trechos de texto que, no meio tempo, haviam sido desenvolvidos.

Por primeiro, se deveria definir a estrutura do livro: devia ser simples, para que os grupos individuais de autores pudessem receber um produto claro, e não deveria forçar um sistema complicado em suas afirmações. É a mesma estrutura deste livro; é trazida simplesmente de uma experiência catequética ao longo dos séculos: em que cremos / de que modo celebramos os mistérios cristãos / de que modo temos a vida em Cristo / de que modo devemos rezar. Não desejo agora explicar como nos desencontramos na grande quantidade de perguntas, com o risco de que não resultasse em um verdadeiro livro. Em uma obra desse gênero, muitos são os pontos discutíveis: tudo aquilo que os homens fazem é insuficiente e pode ser melhorado, e, apesar disso, trata-se de um grande livro, um sinal de unidade na diversidade. A partir de muitas vozes, pôde-se formar um coro, porque tínhamos a comum partilha da fé, que a Igreja nos transmitiu através dos séculos até hoje.

Por que tudo isso?

Já então, no tempo de produção do CIC, constatamos não somente que os continentes e as culturas dos seus povos são diferentes, mas também que, no interior das sociedades em individual, existem diversos "continentes": o operário tem uma mentalidade diferente daquela do agricultor, e um físico diferente daquela de um filólogo; um empreendedor diversa daquela de um jornalista, um jovem diferente daquela de um ancião. Por esse motivo, na linguagem e no pensamento, devemos colocar-nos acima de todas essas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre os diferentes universos mentais; com isso, tornamo-nos sempre mais conscientes de como o texto sempre pedia novas "traduções" nos diferentes mundos, para poder chegar às pessoas com suas diferentes mentalidades e diferentes problemáticas. Desde então, nas Jornadas Mundias da Juventude (Roma, Toronto, Colônia, Sydney), encontraram-se, provenientes de todo o mundo, jovens que desejam crer, que estão na busca de Deus, que amam a Cristo e desejam estradas comuns. Nesse contexto, perguntamo-nos se não deveríamos buscar traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no mundo deles. Naturalmente, também entre os jovens de hoje há muitas diferenças; assim, sob a comprovada liderança do Arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, formou-se um Youcat para os jovens. Espero que muitos jovens se deixem fascinar por este livro.

Algumas pessoas dizem-me que o catecismo não interessa à juventude hodierna; mas eu não acredito nessa afirmação e estou seguro de que tenho razão. A juventude não é tão superficial como é acusada de ser; os jovens querem saber de que consiste verdadeiramente a vida. Um romance criminal é emocionante porque nos envolve no destino de outras pessoas, mas que poderia ser também o nosso; este livro é emocionante porque nos fala do nosso próprio destino e, por isso, está intimamente relacionado a cada um de nós.

Por isso, convido-vos: estudai o catecismo! Esse é o meu desejo, de coração.

Esse subsídio ao catecismo não vos engana; não oferece soluções fáceis; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a "pérola preciosa" (Mt 13, 45) pela qual preciso dar tudo. Por isso, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo para isso! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, leiai-o em duplas, se sois amigos, formais grupos e redes de estudo, trocai ideias pela Internet. Permanecei, de todos os modos, em diálogo sobre a vossa fé!

Deveis conhecer aquilo em que acreditais; deveis conhecer a vossa fé com a mesma paixão que um especialista de informática conhece o sistema operacional de um computador; deveis conhecê-la como um musicista conhece a sua obra; sim, deveis ser bem mais profundamente enraizados na fé da geração dos vossos genitores, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade do auxílio divino, se a vossa fé não quer secar como uma gota de orvalho ao sol, se não desejais sucumbir às tentações do consumismo, se não desejais que o vosso amor se afogue na pornografia, se não desejais ignorar os fracos e as vítimas de abusos e violência.

Se vos dedicais com paixão ao estudo do catecismo, desejo ainda dar-vos um último conselho: sabeis todos de que modo a comunidade dos fiéis foi, nos últimos tempos, ferida pelos ataques do mal, pela penetração do pecado em seu interior, também no coração da Igreja. Não tomai isso como pretexto para fugir do olhar de Deus; vós mesmos sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor nesta Igreja, toda a vez que os homens tiverem obscurecido o rosto. "Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor" (Rm 12, 11).

Quando Israel estava no período mais negro de sua história, Deus chamou em auxílio não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; Jeremias sentiu-se investido de uma missão muito grande: " Ah! Senhor Javé, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança!" (Jr 1, 6). Mas Deus não se deixou induzir em erro: "Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar" (Jr 1, 7).

Abençoo-vos e rezo todos os dias por todos vós.








Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=280300

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

“Nós representamos a Igreja”

Em estudos mais recentes, renomados historiadores, que pertencem ou não à alguma religião, em posse de novos documentos que oferecem registros mais detalhados em especial, da inquisição espanhola(1478 à 1834), trazem à tona uma visão desta que é muito diferente da que estava cristalizada na mente dos historiadores. O estudo é muito denso, onde convido os interessados a fazerem uma razoável pesquisa, a tempo sobre as demais inquisições também.

Somos curiosos e este é um estudo inteligente e profundo, onde à luz não só da fé que temos, precisamos observar mais do que a história, mas todo contexto que a envolve, bem como, época, crenças, cultura, economia, poder, influências, manipulação e etc...sem tendências.

Por isso sinto falta dessas conversas pessoalmente, estudos (sem nenhuma tendência)que podem nos ajudar a termos claros, assuntos dos quais muitas das vezes só repetimos o que ouvimos ou lemos. Somos maduros para isso.

Para tanto é necessário aprofundamento para não cairmos derradeiramente nas opiniões pessoais, porque, concordam? Não nos cabe a pessoalidade. Imagina se o povo que viverá onde vivemos, daqui há 100, 150, 300, 500, 1000 anos desprezar na história algumas das realidades que fazem parte de nossa vida hoje, onde muitas dessas não serão vistas, ficarão desprezadas no tempo, somente comentadas, levadas ao conhecimento pelos futuros "historiadores" deste tempo que advem que precisarão de nossas heranças em especial, a escrita, escrita por tantos, por quantos? Com opiniões diferentes, divergentes. No que poderão acreditar? De repente procurarão afinidade com o escritor tomando para si, na simpatia esta ou aquela corrente, como será? Não estaremos aqui para ver.

Em uma das discussões atuais, fico pensando: Se neste futuro não tão próximo, extinta por exemplo a fome, será que dentro do contexto histórico religioso, a ou as Igrejas serão vistas como culpadas pela fome, pela miséria, pelas pessoas moradoras de rua, de nossos tempos? Porque por exemplo o tempo todo nós, batizados, nos reunimos ao redor da mesa da palavra e da eucaristia, disponíveis ao compromisso com nossa fé, dizendo promover atitudes que favoreçam os à margem de nossa sociedade, mas eles continuam por aí. Será que seremos acusados de não sair pegando um e outro e levando para nossa casa? Culpados de dia a dia não prepararmos alimento suficiente e sairmos distribuindo ao povo? Ou seremos lembrados pela pena, talvez compaixão que alguém irá escrever que sentíamos? E Jesus é a nossa centralidade.

IGREJA

.Igreja (do grego εκκλησία [ekklesia] e latim ecclesia) é uma instituição
religiosa
cristã, hoje separada do Estado.

."Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.", na qual a Igreja se refere ao grupo de cristãos a que pertençam tais irmãos.

Naquele tempo INQUISIÇÃO hoje Congregação para a Doutrina da Fé . O que faz? Difunde a Igreja Católica e defende nossa tradição.

A Igreja enquanto instituição não matava. Quem o fazia? Quem são os pecadores? A Igreja é Una e Santa, o homem era e é o pecador.

"Jesus entrega as chaves do Reino de Deus à Igreja, que é liderada pelo Apóstolo São Pedro e ..." hoje somos nós os apóstolos.

Não matamos em praças públicas,não tiramos a vida das pessoas a ferro e fogo, não caçamos bruxas (porque não acreditamos nelas, senão...caçaríamos), os tempos são outros. Mas moramos, nos alimentamos, nos vestimos, viajamos, enquanto outros filhos de Deus não tem nem o pão de cada dia.

Então a Igreja hoje por nos representada, não corrige as divergências sociais de hoje, por que?Não são mais aquelas pessoas, aqueles poderosos e influentes políticos do século XV, XVI..., mas somos nós os poderosos e influentes hoje. A IGREJA É CRISTO e Ele não matou, ao contrário, morreu por nós!.


 

Margareth Gomes

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Senhor me basta, ou eu me basto? Que discípulo somos?

.

Qual é minha atitude diante do mundo de hoje? Qual a fidelidade que dispenso ao Senhor meu Deus?
É simples e cômodo ser cristão dentro de nossos templos e de nossos grupos pastorais. A grande dificuldade se encontra em viver nossa fé com continuidade em uma sociedade cada vez mais pagã, que recrimina e até despreza quem fala de Deus, que se dirá de quem vive e descansa no Senhor. Nestes momentos muitos tem a inclinação de mascarar a fé ou até ignorar-la completamente para não afrontar as pessoas na sociedade ou não ser escarnecido e desprezado. Aqui se identifica que tipo de discípulo somos.
No evangelho deste domingo dia 06/03/2011 (Mt 7,21-27) somos confrontados com dois tipos de discípulos. Aquele que conhece e até acredita no Senhor porem toma esta crença como única ação de fé, justifica-se somente pela fé em Cristo. E aquele que ouvindo a palavra se entrega completamente, assim como os reis magos tomam um novo caminho após conhecer a Cristo. O primeiro tentará se apresentar a Jesus exigindo reconhecimento por sua fé e dirão; “Senhor, Senhor! não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?” Ao que Cristo responde “Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”.
O verdadeiro discípulo é aquele que ouvindo a Palavra pauta nela sua vida, suas ações são direcionadas a viver com Cristo, por Cristo e em Cristo, vive a simplicidade do anuncio sem recorrer a ações grandiosas e exibições através do anuncio vazio da palavra.
O discípulo verdadeiro em sua humilde sabedoria, oriunda da escuta da Palavra, se deixa conduzir pelos ensinamentos de Cristo em expressão máxima da liberdade recebida de Deus junto com o dom da vida. Não importa qual seja a dificuldade ou a provação a que é submetido, se mantém firme e caminhando sempre em direção a casa do Pai. No fim da caminhada não terá necessidade de se anunciar e apresentar a Cristo gritando; Senhor, Senhor! Sendo acolhido em silencio, pois sua vida e o testemunho da verdadeira fé que operou em sua caminhada o apresentam. Uma fé viva cheia de obras.

Diác. Adriano Gomes

terça-feira, 28 de junho de 2011

A intolerância dos “tolerantes”



Hoje ser católico voltou a ser condição de risco e perseguição. Declarar-se a favor da família tradicional ou da família segundo o plano divino, a lei natural e o senso comum é motivo de expor-se ao terrorismo midiático que trata como preconceituoso e obscurantista quem não aceita moldes desajustados. Pensar em decoro, decência ou pudor por não falar de virtude de castidade é sinônimo de loucura e pode dar prisão se for aprovada a lei de homofobia. O totalitarismo do politicamente correto gerou nos países do ocidente uma legislação de pseudo direitos, exacerbados e individualistas que desagregou a sociedade, dissolvendo-a, incensando um Estado Babá, que pontifica o que é moral para os cidadãos.


O padrão de normalidade é dado pela anomalia ou pela desconstrução dos valores essenciais da humanidade. O que se almeja é uma sociedade consumista e robotizada com mentes programadas e dóceis, rumo a um neopaganismo hedonista. A tirania do prazer a qualquer preço traz um sabor amargo de violência, drogas e aniquilação da pessoa humana. Mas em todo este horizonte de confusão e esboroamento do bem comum, brilha a sabedoria divina como sinal de contradição.


O católico mais que nunca é convidado à santidade e ao martírio do testemunho coerente de vida que vence o mundo, e que é capaz de transformar a história gerando a civilização do amor, a cultura do dom e do dar-se. Uma vez mais devemos reafirmar esta convicção: Cristo e cada um de nós somos maioria absoluta e fazemos diferença no meio de uma massa teleguiada, que aprisionada numa gaiola de ouro materialista suspira pela verdadeira libertação.


+ Dom Roberto Francisco Ferrería PazBispo Auxiliar de Niterói


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nota da CNBB a respeito da decisão do Supremo Tribunal Federal quanto à união entre pessoas do mesmo sexo


 


 

Qua, 11 de Maio de 2011 12:34 / Atualizado - Qua, 11 de Maio de 2011 12:47

http://www.cnbb.org.br/site/eventos/assembleia-geral/6533-nota-da-cnbb-a-respeito-da-decisao-do-supremo-tribunal-federal-quanto-a-uniao-entre-pessoas-do-mesmo-sexo


 

por: cnbb


 

Nós, Bispos do Brasil em Assembleia Geral, nos dias 4 a 13 de maio, reunidos na casa da nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, dirigimo-nos a todos os fiéis e pessoas de boa vontade para reafirmar o princípio da instituição familiar e esclarecer a respeito da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Saudamos todas as famílias do nosso País e as encorajamos a viver fiel e alegremente a sua missão. Tão grande é a importância da família, que toda a sociedade tem nela a sua base vital. Por isso é possível fazer do mundo uma grande família.


 

A diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural. O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um princípio fundamental do Direito Natural. As Sagradas Escrituras, por sua vez, revelam que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os destinou a ser uma só carne (cf. Gn 1,27; 2,24). Assim, a família é o âmbito adequado para a plena realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o maior bem das pessoas.


 

As pessoas que sentem atração sexual exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são merecedoras de respeito e consideração. Repudiamos todo tipo de discriminação e violência que fere sua dignidade de pessoa humana (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2358).


 

As uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo recebem agora em nosso País reconhecimento do Estado. Tais uniões não podem ser equiparadas à família, que se fundamenta no consentimento matrimonial, na complementaridade e na reciprocidade entre um homem e uma mulher, abertos à procriação e educação dos filhos. Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma. É um fato real que a família é um recurso humano e social incomparável, além de ser também uma grande benfeitora da humanidade. Ela favorece a integração de todas as gerações, dá amparo aos doentes e idosos, socorre os desempregados e pessoas portadoras de deficiência. Portanto têm o direito de ser valorizada e protegida pelo Estado.


 

É atribuição do Congresso Nacional propor e votar leis, cabendo ao governo garanti-las. Preocupa-nos ver os poderes constituídos ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal. Não é a primeira vez que no Brasil acontecem conflitos dessa natureza que comprometem a ética na política.


 

A instituição familiar corresponde ao desígnio de Deus e é tão fundamental para a pessoa que o Senhor elevou o Matrimônio à dignidade de Sacramento. Assim, motivados pelo Documento de Aparecida, propomo-nos a renovar o nosso empenho por uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa.


 

Jesus Cristo Ressuscitado, fonte de Vida e Senhor da história, que nasceu, cresceu e viveu na Sagrada Família de Nazaré, pela intercessão da Virgem Maria e de São José, seu esposo, ilumine o povo brasileiro e seus governantes no compromisso pela promoção e defesa da família.


 

Aparecida (SP), 11 de maio de 2011


 

Dom Geraldo Lyrio Rocha

Presidente da CNBB

Arcebispo de Mariana – MG


 

Dom Luiz Soares Vieira

Vice Presidente da CNBB

Arcebispo de Manaus – AM


 

Dom Dimas Lara Barbosa

Secretário Geral da CNBB

Arcebispo nomeado para Campo Grande – MS

terça-feira, 22 de março de 2011

A conversão a partir dos frutos

Diac. Joacir S. d’Abadia

“Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo” (Mt 3,2). Aqui João Batista exorta: “Convertei-vos”, também diz qual a finalidade da conversão: “porque o reino dos céus está próximo”. Deste modo, quem quiser ir para o céu deve converter a Jesus Cristo e a seus ensinamentos. Mas cada homem tentando se justificar pode perguntar o que é “conversão”.
A conversão é uma mudança radical de vida todos os dias; uma perseverança na fidelidade a Jesus até o fim. É a busca de Deus através dos meios de santificação que Ele deixou aos homens: sacrifício, renúncia e oração. Sacrificar os desejos da carne fazendo jejum e penitência; renunciar às obras do maligno e rezar para que Deus sempre volte Seu olhar de misericórdia para sua vida, a qual tanto deseja o Céu.
É pela oração que o homem consegue voltar a Deus. Depois de mudar sua vida é preciso dar-se inteiramente a Deus. Dizer a cada dia: “eu me dou a Ti, ó Deus!”, senão não adianta nada a conversão. São João Batista diz: “Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’” (Mt 3,9). É o mesmo que falar: “não basta somente ser Cristão para ir para o céu, mas é preciso conversão”. Sim, pois a conversão é a condição indispensável para acolher o reino dos céus. Cristãos existem muitos, porém, pessoas convertidas e comprometidas com a verdadeira mensagem salvadora de Cristo têm poucas.
Nossas Missas Dominicais estão todas cheias de homens e mulheres que a elas vão culturalmente, de igual modo, estão cheias as filas de Comunhão de almas falsamente piedosas. Nem a cultura e nem mesmo esta falsa piedade salvarão estas pessoas.
Aliás, muitos jovens comungam estando em pecado mortal. Por exemplo, vivem fornicando (fornicar é transar antes do Matrimônio) nos seus namoros, no entanto alguns pais não falam nada. Fingem não saber do pecado dos filhos. Mas Deus irá cobrar destes pais! Os jovens comungam estando com a vida nesta situação acreditam que receber a Eucaristia é algo cultural. Nada disso! São Paulo disse que “Aquele que come e bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação” (1Cor 11,29).
O que nossas Missas cheias estão precisando é de homens e mulheres convertidos, os quais buscam ardentemente o reino dos céus. Caso contrário, São Paulo os exortará fortemente dizendo: “não posso elogiar vocês, porque as suas assembleias, em vez de ajudá-los a progredir, os prejudicam” (1Cor 11,17). Isso porque, a busca pela conversão deve ser praticada por todos os homens.
“Ora, tudo quanto outrora foi escrito, foi escrito para a nossa instrução, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que dão as Escrituras, tenhamos firme esperança” (Rm 15,4).
Uma pergunta final: “tenhamos firme esperança” em quê? No “reino dos céus que está próximo” (Mt 3,2), como disse São João Batista. Mas antes de tudo, o último profeta “que grita no deserto: preparem o caminho do senhor, endireitem suas estradas” (Lc 3,4) diz a cada homem: “Produzi frutos que provem a vossa conversão” (Mt 3,8). Amém.


Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:

A conversão a partir dos frutos publicado 3/12/2010 por Joacir Soares d'Abadia em http://www.webartigos.com



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/53755/1/A-conversao-a-partir-dos-frutos/pagina1.html#ixzz1HKYOqy2d

segunda-feira, 14 de março de 2011

Quarta Feira de Cinzas e Quaresma.


Este domingo nosso vigário atendendo a piedade popular colocou após o ato penitencial as cinzas que sobraram da Quarta Feira de cinzas, para proporcionar a todos que por algum motivo não tiveram condições de comparecer a celebração das Cinzas, recebê-las. Diante do grande numero de pessoas que entraram na fila para receber as cinzas, uma jovem que recebeu a Eucaristia recentemente, e, que tem bem fresco em sua memória os ensinamentos dados durante os encontros perguntou espantada, “Diácono, a quarta feira de cinzas não é preceito? por que tanta gente não veio?”.

Vou tentar responder não só a ela, mais a todos que tem a mesma duvida.

Além dos Domingos, os dias de preceito são:

• Santa Maria Mãe de Deus – em 01 de janeiro;
• Epifania - foi transferida no Brasil para o primeiro domingo que ocorrer entre 2 e 7 de janeiro;
• São José - 19 de março, por autorização da Santa Sé NÃO é de preceito no Brasil;
• Ascensão - foi transferida no Brasil para o domingo seguinte à data originalmente comemorada, 12 de maio;
• Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - data variável se dá na 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, entre maio e junho:
• Santos Apóstolos Pedro e Paulo - foi transferida no Brasil para o domingo seguinte à 29 de junho data original dessa solenidade;
• Assunção de Maria - foi transferida no Brasil para o domingo seguinte à 15 de agosto data original dessa solenidade;
• Todos os Santos - foi transferida no Brasil para o domingo seguinte à 01 de novembro data original dessa solenidade;
• Imaculada Conceição – 08 de dezembro;
• Natal – 25 de dezembro;

Portanto canonicamente a quarta feira de cinzas não é dia de preceito. Encontramos maior esclarecimento no CIC (Código de Direito Canônico) cc 1246-1248 e no Catecismo nos cc 1457; 2041 e 2042; 2181.

Para aqueles que estão preocupados com o cumprimento das normas e preceitos a ausência na celebração da quarta-feira de Cinzas não constitui falta grave. Talvez esse seja o motivo de tantos não terem comparecido a celebração, é claro que as atribuições normais e exercício de atividade profissional do dia a dia de muitos, impede a presença, eu mesmo tive que solicitar a dispensa do dia de trabalho para estar na celebração em nossa matriz, o que não é possível a todos. Porem aqueles que poderiam ter comparecido e não o fizeram? será que por não ser dia de preceito?
Acredito que falte o conhecimento do real sentido desta celebração e do período que ela inaugura para nós cristãos, a Quaresma.

Para podermos refletir sobre a importância da nossa participação na Celebração da quarta-feira de cinzas e da vivencia da quaresma reproduzo abaixo um texto do Frei José Ariovaldo da Silva, OFM que achei no site:

http://www.maedaigreja.org.br/index.php?system=news&news_id=1371&action=read


O Tempo da Quaresma



Frei José Ariovaldo da Silva, OFM



Para qualquer festa importante, a gente costuma se preparar. E se prepara bem! Festa de 15 anos, formatura, casamento, bodas etc.... E quanto mais importante a festa, parece que mais tempo leva a preparação. Você com certeza conhece exemplos de festa preparada até com mais de um ano de antecedência... Na preparação já se começa a viver a festa.
Nós cristãos celebramos todo ano a festa da Páscoa: Morte e ressurreição de Jesus e nossa. É a maior de todas as festas. A mais importante... Grande demais para ser preparada em apenas três dias ou uma semana. Por isso, estendemos a sua preparação para quarenta dias. Daí Quaresma, período de quarenta dias, que vai da quarta-feira de cinzas até a quinta-feira santa pela manhã.
Nesses quarenta dias de preparação para a Páscoa, Deus nos leva a lembrar os quarenta anos do povo de Deus no deserto. Sobretudo, Deus nos leva a reviver os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão.
É um tempo forte na vida da Igreja, em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos.
É um tempo em que, na tradição da Igreja, os catecúmenos se preparam intensamente para o batismo na noite da Páscoa, isto é, na Vigília pascal.
É um tempo de graça e bênção, escuta mais intensa da palavra de Deus, de conversão e mudança de vida, de recordação e preparação do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos; tempo de oração mais intensa; tempo de jejum como aprendizagem, entrega e docilidade à vontade do Pai; tempo de esmola ou de partilha de bens e de gestos solidários, de carinho com os pobres e necessitados.
As celebrações mais importantes do tempo da Quaresma são: Quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos esse tempo de preparação pascal: “Convertei-vos, e crede no Evangelho!”.
Depois temos cinco domingos da Quaresma, nos quais as comunidades se reúnem para celebrar a presença viva do Senhor que nos mostra o caminho para a vitória definitiva da Páscoa.
E então vem o domingo de ramos, no qual lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte, para depois ressuscitar vitorioso.
Ainda, como parte da Quaresma, se celebra na quinta-feira santa pela manhã a missa dos santos óleos.
Nas comunidades, durante a Quaresma, se fazem também celebrações penitenciais, como sinais da nossa busca de conversão e da misericórdia de Deus que nos acolhe em seu perdão. Nelas, também se celebram ofícios próprios, como meio de intensificar a oração.

Concluindo, lembramos esta belíssima oração que a Igreja faz, já no primeiro domingo deste tempo forte de sua vida: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo, e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. E toda a assembléia confirma dizendo: “Amém”

segunda-feira, 7 de março de 2011

QUE DISCIPULO SOU EU?

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Qual é minha atitude diante do mundo de hoje? Qual a fidelidade que dispenso ao Senhor meu Deus?

É simples e cômodo ser cristão dentro de nossos templos e de nossos grupos pastorais. A grande dificuldade se encontra em viver nossa fé com continuidade em uma sociedade cada vez mais pagã, que recrimina e até despreza quem fala de Deus, que dirá de quem vive e descansa no Senhor. Nestes momentos muitos tem a inclinação de mascarar a fé ou até ignorar-la completamente para não afrontar as pessoas na sociedade ou não ser escarnecido e desprezado. Aqui se identifica que tipo de discípulo somos.

No evangelho deste domingo dia 06/03/2011 (Mt 7,21-27) somos confrontados com dois tipos de discípulos. Aquele que conhece e até acredita no Senhor porem toma esta crença como única ação de fé, justifica-se somente pela fé em Cristo. E aquele que ouvindo a palavra se entrega completamente, assim como os reis magos tomam um novo caminho após conhecer a Cristo. O primeiro tentará se apresentar a Jesus exigindo reconhecimento por sua fé e dirão; “Senhor, Senhor! não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?” Ao que Cristo responde “Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”.

O verdadeiro discípulo é aquele que ouvindo a Palavra pauta nela sua vida, suas ações são direcionadas a viver com Cristo, por Cristo e em Cristo, vive a simplicidade do anuncio sem recorrer a ações grandiosas e exibições através do anuncio vazio da palavra.

O discípulo verdadeiro em sua humilde sabedoria, oriunda da escuta da Palavra, se deixa conduzir pelos ensinamentos de Cristo em expressão máxima da liberdade recebida de Deus junto com o dom da vida. Não importa qual seja a dificuldade ou a provação a que é submetido, se mantém firme e caminhando sempre em direção a casa do Pai. No fim da caminhada não terá necessidade de se anunciar e apresentar a Cristo gritando; Senhor, Senhor! Sendo acolhido em silencio, pois sua vida e o testemunho da verdadeira fé que operou em sua caminhada o apresentam. Uma fé viva cheia de obras.

Diác. Adriano Gomes


terça-feira, 1 de março de 2011

O que é missão?

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Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu.É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fossemos o centro do mundo e da vida.É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos:A humanidade é maior.Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros. É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.


Dom Helder Camara

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Espiritualidade Litúrgica e Ecologia

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Monsenhor Guedes

Fraternidade e Vida no Planeta - Campanha da Fraternidade 2011

Espiritualidade: Atitude que serve de base à vida cristã e que conduz os seres humanos ao encontro com o transcendente, o eterno e invisível. O que é material em nós não responde às nossas aspirações . Somos caminhantes do infinito; passageiros e transeuntes da glória futura e definitiva.
Liturgia: Ciência sagrada da ação, do agir e da busca. Busca-se, na Liturgia, através de sua forte espiritualidade, uma firme vivência pessoal com o Senhor vivo e ressuscitado, presente e atuante no irmão e na irmã que nascem, choram, vibram, cantam e rezam os louvores da Trindade Santa entre tantas outras atitudes. Esta ação litúrgica se centraliza na pessoa e na vida de Jesus que nasceu em contato com a fauna e a flora; teve contato com as águas dos rios e do mar; falou dos lírios do campo, dos pardais, das redes, das ovelhas e do pastor; alimentou-se do que a terra e o mar produziram. E, por fim, morreu sobre o lenho da cruz, madeira retirada da natureza e sepultado no seio da mãe-terra.
Ecologia: Condutora de tudo o que é criado às recíprocas influências entre os seres vivos. Sem uma preocupação ecológica, a natureza, como um todo, entraria na cultura da morte sobrepondo-se à cultura da vida. Uma batalha entre a vida e a morte seria fácil de ser verificada. A vitoriosa tem que ser a vida.
A sagrada Liturgia existe pela generosidade de sua ritualidade. Só o rito comunica o sagrado em cada elemento nele encontrado.
Da riqueza de nosso solo, são trazidos os componentes de nossos locais celebrativos. Fascina-nos a beleza estampada nos templos onde se desenvolve a triunfal Liturgia. São os campos, rios, florestas e animais que fornecem a matéria essencial para a existência do Culto sagrado. Já imaginaram se a terra não produzisse a uva e o trigo e os rios nos negassem suas águas? Até as abelhinhas colaboram com um elemento esplêndido que aparece no magno momento do ano litúrgico que é a Vigília Pascal produzindo a cera do Círio Pascal. Este elemento, a vela acesa, comunica-nos a presença do Senhor ressuscitado, chama-nos à maturidade da fé, convida-nos e nos desafia a sermos chamas constantes na escuridão da sociedade em que vivemos.
O homem e a mulher, senhores da riqueza animal e vegetal, se servem daquilo que a natureza lhes oferece e, na sua capacidade de reflexão e crescimento na fé, sentem a necessidade de reunirem tudo e todos para a celebração do Mistério Pascal, razão máxima do nosso peregrinar. Como pensarmos e celebrarmos a Liturgia sem esta realidade?
Homens e mulheres se inter-relacionam e o culto divino acontece. A criação é recriada; os louvores a esta criação se tornam possíveis; a fé é celebrada e nos amadurece; a natureza e as pessoas, como em uníssono, dão glória à Trindade Santa e, então, vão acontecendo um novo céu e uma nova terra; anjos e santos também entram em sintonia com a ação litúrgica celebrada.
O que fazem as comunidades espalhadas por este país através do Ofício Divino em torno da Palavra de Deus? Outra coisa não acontece, com maior brilho, do que cantar as maravilhas do Criador e da criação servindo-se da beleza e da importância das coisas criadas. A Liturgia das Horas, na oração da manhã no Dia do Senhor, o Domingo, traz-nos, pelos louvores das criaturas de Daniel, a síntese triunfal de toda a realidade criada.
Quem de nós não gostaria de trocar os nossos espaços celebrativos construídos nos centros barulhentos de nossas cidades, onde buzinas, sirenes, gritos e outros terríveis ruídos desafiam nossa capacidade de rezar com o coração, por um silencioso espaço onde as árvores quebram o silêncio, ao serem agitadas pelos ventos, as águas barulham nas cachoeiras e os pássaros teimam em fazer-nos concorrência com o seu canto?
Na Liturgia, tem que haver um constante eco ecológico: afinal, Deus, a quem, no culto sagrado, nos dirigimos por Cristo, no Espírito Santo, é o mesmo Deus, Senhor da natureza. O Aleluia cantado na Liturgia tem que ressoar em nossas matas, campos, rios e mares.
Conclusão

“ As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo.” (Gaudium et Spes 1). A dor e o lamento dos homens e das mulheres interpretam os sofrimentos da mãe- natureza, dilacerada pela falta de escrúpulos de homens e mulheres que a maltratam tanto.
Liturgia e Ecologia se entrelaçam e juntas, no espírito do Ressuscitado, cantam a glória de Deus, não como realidades desconhecidas, mas como uma realidade em que aqueles elementos se combinam.
Portanto, celebrar a Liturgia é celebrar o universo inteiro, servindo-se do ter para se chegar ao Ser supremo, na defesa e no respeito que este mesmo universo merece. Que assim seja!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tirando Dúvidas Litúrgicas

A Palavra do Senhor ontem, hoje e sempre

Monsenhor Guedes

No término do ano passado, a Igreja recebeu um grande dom das mãos do Santo Padre já ansiosamente aguardado. Trata-se da estupenda Exortação Apostólica sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja que chega trazendo renovadas esperanças para a Sagrada Liturgia e para a vida da Igreja. A Palavra de Deus é que realiza toda e qualquer ação litúrgica: é por esta Palavra que o pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue do Senhor na santa Eucaristia, os Sacramentos e Sacramentais acontecem e o tempo é consagrado pela Liturgia das Horas.
Estamos nos encaminhando para os cinquenta anos da aprovação da Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a Liturgia e quarenta e seis da Constituição Dogmática Dei Verbum, sobre a revelação divina. Estes dois documentos, verdadeiras luzes nestas quase cinco décadas, trouxeram todas as maravilhas presentes no Mistério Pascal realizadas hoje nas ações litúrgicas, que são o lugar excelente e indispensável da Palavra de Deus. Esta Palavra realiza o rito comunicador e atualizador do mistério celebrado.
Como anda a presença desta Palavra em nossas celebrações eucarísticas dominicais e festivas? Certamente o saldo de toda a Liturgia da Palavra é muito positivo, apesar da presença de algumas sombras densas que estão presentes e são maléficas. Parece não ter fim a má comunicação dos leitores no exercício de sua função. As melodias dos salmos são, às vezes, pouco inspiradas. Não basta apenas ler o texto indicado. No momento da Liturgia da Palavra, o Pai do céu quer falar com seus filhos e filhas reunidos no mesmo local. Afinal, aqui estão as duas maiores presenças na Celebração do Culto , no caso, a Santa Missa que são as pessoas e a própria Palavra. É inadmissível que Deus venha falar conosco e não conseguimos ouvi-lo porque o leitor não se preparou bem para tal função ou o som era de má qualidade. Falta, em nossos espaços celebrativos, a presença do ambão que não deve ser substituído apenas por uma simples estante. Este local é forte, sublime e santo. Sugiro aqui, uma aberta acolhida da Exortação Apostólica Verbum Domini do Santo Padre Bento XVI, principalmente quando, magistralmente, ele fala sobre a Liturgia, lugar privilegiado da Palavra de Deus nas páginas 105 a 135.
Com tristeza podemos constatar a presença do data-show no momento alto da comunicação de Deus com o seu povo durante as leituras na Liturgia da Palavra e do próprio Cristo presente no ministro ordenado na proclamação do Evangelho. É muito sério tirar do nosso povo o direito de utilizar os ouvidos e poder dizer: ‘’Fala Senhor que vosso servo escuta” para se ater à leitura dos textos bíblicos projetados numa tela colocada na sua frente.
Custa-me acreditar que o padre pároco não perceba que a assembleia está sendo iludida. Este é o momento da escuta. O argumento de que o som é deficiente e o leitor é fraco não merece crédito. A solução não é projetar os textos no telão, mas melhorar o som e preparar os leitores. Também, colocar os textos na mão do padre e do povo não é solução. Celebra-se este momento excepcional da Palavra deixando-A entrar pelos ouvidos tendo como destinatários nosso coração e nossa razão para os frutos acontecerem na vida.
Penso que não bastam os calorosos aplausos para a santa Palavra, decorar versículos e citar textos bíblicos. Podemos correr o risco de estarmos nos contentando apenas com exterioridades até bonitas e emocionantes. A Palavra de Deus é muito mais: Ela “se fez carne” (Jo 1, 14) e continua se encarnando no hoje de nossa vida.

E “as sombras” na Sagrada Liturgia?





Monsenhor Guedes

A Instrução Sacramento da Redenção da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos menciona que não faltam sombras na celebração da Santa Missa. Mas... quais são estas sombras, onde e quando encontrá-las?
Infelizmente, é sempre muito fácil alguém ver e comentar os “pecados litúrgicos” cometidos por pessoas do lado e vizinhas, sem a devida sensatez de correção dos nossos próprios erros. Também, é fácil “fechar os olhos” para os erros de pessoas dos nossos grupos e movimentos esquecendo-nos de que tais senões desaparecem, porque são cometidos por gente de nosso grupo, de nossa simpatia. É bem verdade também que, em alguns casos, faltam condições para realizarmos uma ação litúrgica, conforme esta mesma ação exige. Temos a lamentar, antes da enumeração de algumas deficiências ou sombras nas celebrações litúrgicas, principalmente na Santa Missa, Batizados e Casamentos, determinadas celebrações do Santo Sacrifício do altar transmitidas pela televisão. O fato de alguém ser famoso e possuir uma presença significativa na televisão não lhe dá o direito de ignorar a cadência e a pedagogia dos ritos. O rito fala e marca, porque é permanente. As pessoas nem sempre marcam, porque são passageiras.

Vamos recordar “algumas sombras”?

O lugar da celebração eucarística deve ser especial e sagrado. O direito canônico solicita que o Bispo local é quem deve avaliar a dignidade deste espaço celebrativo. Neste sentido, é bom lembrarmos que as nossas sacristias, secretarias e outras dependências pertencem ao todo do templo sagrado que são as nossas igrejas. Vale recordarmos, principalmente, após as celebrações da missa nas comemorações diversas, que aquele espaço continua merecedor de respeito e não é justo que o próprio altar sirva então somente como uma mesa comum. O som alto, o salmo mal cantado, o rebuliço dos ajudantes (?), a homilia muito demorada e sem conteúdo, o descaso com o ambão que, em alguns lugares, é substituído por uma simples estante, as hóstias consagradas em excesso, o que acarreta o necessário consumo das que restaram, após a distribuição da comunhão nas grandes concentrações, o data-show que transmite imagens virtuais competindo com o real e outras ações não recomendadas que acontecem, não são também sombras de que fala a Instrução Redemptionis Sacramentum?

E as Celebrações do Batismo e do Matrimônio?

Monsenhor Guedes

Não é difícil, em nossos encontros de pastoral em geral, o eterno clamor a respeito do despreparo das pessoas que procuram o Batismo das crianças Parece não ter fim tal clamor por ser verdade, já que este sacramento não é visto, por tais pessoas, como o primeiro dom proveniente da cruz e ressurreição do Senhor. O Batismo é dom excepcional do Mistério Pascal. É nossa plena inserção na Páscoa do Senhor. Somos cidadãos do céu e, se nascemos e morremos, morremos para ressuscitar.

Também encontramos, em nossas paróquias, um Caminho de Iniciação Cristã extremamente acanhado e deficiente com duas vertentes: de um lado, o rigorismo da lei sem um diálogo, pastoralmente afável através de um bom grupo de pessoas da pastoral do Batismo, e do outro lado, a falsa caridade pastoral que aceita e permite tudo.

As normas da Igreja são violadas e a comunhão pastoral é ferida por haver um atropelo nas mínimas exigências: pais e padrinhos que não apresentam o mínimo de esperanças para a futura educação cristã católica do batizando; pessoas de outras paróquias que não frequentam a igreja onde pedem o Batismo; crianças já crescidas que estão em idade de iniciar a Iniciação Cristã de crianças e adolescentes e até adultos que não seguem o caminho próprio da Iniciação à Vida Cristã.

Constatamos, também, por parte de celebrantes, o pouco domínio do próprio Ritual, o que acaba por provocar o empobrecimento da rica celebração do Batismo, como acontece na acolhida na porta da Igreja, nas várias adaptações aprovadas pela Sé Apostólica para o Brasil, no pleno conhecimento daquilo que o Ritual propõe para a celebração em etapas, no Batismo por imersão com maior riqueza ritual e em muitas outras possibilidades que, infelizmente, são desconhecidas. Uma nova leitura do próprio ritual vai fazer bem a todos os interessados.

O Sacramento do Matrimônio vem-se defrontando com a falta de fé das pessoas que batizadas, cresceram desprovidas desta virtude, razão e fundamento da vida cristã. É dispensável o relato pormenorizado do que acontece no caminho do processo matrimonial, da preocupação com a celebração e de tudo o que ela envolve. É urgente uma maior reflexão do padre, dos diáconos, das secretarias paroquiais e da pastoral familiar para a melhoria deste quadro deprimente. O Santo Sacramento do Matrimônio tem sido encarado como um ilustre desconhecido, em várias de nossas paróquias. Certamente, há ótimas exceções.

Alguns questionamentos poderão nos ajudar: como os noivos são acolhidos por nossas(os) secretárias(os) no ato de marcar o casamento e ao receberem as primeiras informações? O emprego de uma boa acolhida faz sempre muito bem. A preocupação com as regras, os valores monetários e todo o aparato externo não devem ser desprovidos de uma palavra amiga, centrada na Santa Palavra de Deus e da Igreja.

O padre participa do processo matrimonial, quando ele recebe os noivos na chamada “declaração dos noivos”, que integra os documentos exigidos. Esta é missão do padre e não dos diáconos ou de alguém da pastoral familiar. Todos os padres, principalmente, os párocos, agendam este compromisso que faz parte do seu ministério?

Os chamados encontros de preparação para o casamento possuem desafios preocupantes. Muitos noivos que, até agora, não cresceram na fé batismal não vão, a princípio, aderir a ela, em alguns dias ou horas de palestras e orações. Esta constatação aumenta mais nossa responsabilidade na criação de novos e maduros métodos para conseguirmos frutos mais seguros.

Quanto à celebração, algumas reflexões e até um exame de consciência devem ser feitos: até quando a vaidade e a falta de maduros critérios vão continuar a imperar nos atrasos, enfeites, fotografias, filmagens e nas atitudes dos mestres-de-cerimônias que atropelam a celebração, sem o mínimo de bom senso, equilíbrio e sensatez?

É muito comum o lamento na constatação destes acontecimentos. Será que não há solução? Até quando nossos templos, principalmente, os mais bonitos vão contemplar impávidos a repetição, em quase todos os sábados, destes eventos desprovidos de fé e respeito, mas bastante carregados somente de vaidade e bem próximos de um certo aspecto pagânico?

Por fim, há no ritual do matrimônio apêndices pouco conhecidos como: Rito para Bênção de Noivado, Bênção dos Esposos em Aniversário de Casamento dentro da Missa e os ritos adaptados dentro e fora da Celebração Eucarística.

Penso que é urgente mais estudos, reflexões sérias, coragem e maturidade pastoral para que o quadro atual seja revertido. Que Deus nos ajude.