quarta-feira, 21 de setembro de 2011

“Nós representamos a Igreja”

Em estudos mais recentes, renomados historiadores, que pertencem ou não à alguma religião, em posse de novos documentos que oferecem registros mais detalhados em especial, da inquisição espanhola(1478 à 1834), trazem à tona uma visão desta que é muito diferente da que estava cristalizada na mente dos historiadores. O estudo é muito denso, onde convido os interessados a fazerem uma razoável pesquisa, a tempo sobre as demais inquisições também.

Somos curiosos e este é um estudo inteligente e profundo, onde à luz não só da fé que temos, precisamos observar mais do que a história, mas todo contexto que a envolve, bem como, época, crenças, cultura, economia, poder, influências, manipulação e etc...sem tendências.

Por isso sinto falta dessas conversas pessoalmente, estudos (sem nenhuma tendência)que podem nos ajudar a termos claros, assuntos dos quais muitas das vezes só repetimos o que ouvimos ou lemos. Somos maduros para isso.

Para tanto é necessário aprofundamento para não cairmos derradeiramente nas opiniões pessoais, porque, concordam? Não nos cabe a pessoalidade. Imagina se o povo que viverá onde vivemos, daqui há 100, 150, 300, 500, 1000 anos desprezar na história algumas das realidades que fazem parte de nossa vida hoje, onde muitas dessas não serão vistas, ficarão desprezadas no tempo, somente comentadas, levadas ao conhecimento pelos futuros "historiadores" deste tempo que advem que precisarão de nossas heranças em especial, a escrita, escrita por tantos, por quantos? Com opiniões diferentes, divergentes. No que poderão acreditar? De repente procurarão afinidade com o escritor tomando para si, na simpatia esta ou aquela corrente, como será? Não estaremos aqui para ver.

Em uma das discussões atuais, fico pensando: Se neste futuro não tão próximo, extinta por exemplo a fome, será que dentro do contexto histórico religioso, a ou as Igrejas serão vistas como culpadas pela fome, pela miséria, pelas pessoas moradoras de rua, de nossos tempos? Porque por exemplo o tempo todo nós, batizados, nos reunimos ao redor da mesa da palavra e da eucaristia, disponíveis ao compromisso com nossa fé, dizendo promover atitudes que favoreçam os à margem de nossa sociedade, mas eles continuam por aí. Será que seremos acusados de não sair pegando um e outro e levando para nossa casa? Culpados de dia a dia não prepararmos alimento suficiente e sairmos distribuindo ao povo? Ou seremos lembrados pela pena, talvez compaixão que alguém irá escrever que sentíamos? E Jesus é a nossa centralidade.

IGREJA

.Igreja (do grego εκκλησία [ekklesia] e latim ecclesia) é uma instituição
religiosa
cristã, hoje separada do Estado.

."Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.", na qual a Igreja se refere ao grupo de cristãos a que pertençam tais irmãos.

Naquele tempo INQUISIÇÃO hoje Congregação para a Doutrina da Fé . O que faz? Difunde a Igreja Católica e defende nossa tradição.

A Igreja enquanto instituição não matava. Quem o fazia? Quem são os pecadores? A Igreja é Una e Santa, o homem era e é o pecador.

"Jesus entrega as chaves do Reino de Deus à Igreja, que é liderada pelo Apóstolo São Pedro e ..." hoje somos nós os apóstolos.

Não matamos em praças públicas,não tiramos a vida das pessoas a ferro e fogo, não caçamos bruxas (porque não acreditamos nelas, senão...caçaríamos), os tempos são outros. Mas moramos, nos alimentamos, nos vestimos, viajamos, enquanto outros filhos de Deus não tem nem o pão de cada dia.

Então a Igreja hoje por nos representada, não corrige as divergências sociais de hoje, por que?Não são mais aquelas pessoas, aqueles poderosos e influentes políticos do século XV, XVI..., mas somos nós os poderosos e influentes hoje. A IGREJA É CRISTO e Ele não matou, ao contrário, morreu por nós!.


 

Margareth Gomes

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Senhor me basta, ou eu me basto? Que discípulo somos?

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Qual é minha atitude diante do mundo de hoje? Qual a fidelidade que dispenso ao Senhor meu Deus?
É simples e cômodo ser cristão dentro de nossos templos e de nossos grupos pastorais. A grande dificuldade se encontra em viver nossa fé com continuidade em uma sociedade cada vez mais pagã, que recrimina e até despreza quem fala de Deus, que se dirá de quem vive e descansa no Senhor. Nestes momentos muitos tem a inclinação de mascarar a fé ou até ignorar-la completamente para não afrontar as pessoas na sociedade ou não ser escarnecido e desprezado. Aqui se identifica que tipo de discípulo somos.
No evangelho deste domingo dia 06/03/2011 (Mt 7,21-27) somos confrontados com dois tipos de discípulos. Aquele que conhece e até acredita no Senhor porem toma esta crença como única ação de fé, justifica-se somente pela fé em Cristo. E aquele que ouvindo a palavra se entrega completamente, assim como os reis magos tomam um novo caminho após conhecer a Cristo. O primeiro tentará se apresentar a Jesus exigindo reconhecimento por sua fé e dirão; “Senhor, Senhor! não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?” Ao que Cristo responde “Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”.
O verdadeiro discípulo é aquele que ouvindo a Palavra pauta nela sua vida, suas ações são direcionadas a viver com Cristo, por Cristo e em Cristo, vive a simplicidade do anuncio sem recorrer a ações grandiosas e exibições através do anuncio vazio da palavra.
O discípulo verdadeiro em sua humilde sabedoria, oriunda da escuta da Palavra, se deixa conduzir pelos ensinamentos de Cristo em expressão máxima da liberdade recebida de Deus junto com o dom da vida. Não importa qual seja a dificuldade ou a provação a que é submetido, se mantém firme e caminhando sempre em direção a casa do Pai. No fim da caminhada não terá necessidade de se anunciar e apresentar a Cristo gritando; Senhor, Senhor! Sendo acolhido em silencio, pois sua vida e o testemunho da verdadeira fé que operou em sua caminhada o apresentam. Uma fé viva cheia de obras.

Diác. Adriano Gomes