Vocação Diaconal, como surgiu em meu coração?
Minha primeira e
principal vocação foi a do Matrimônio, e diria a paternidade. Minha vocação a
vida ordenada não ocorreu de um momento para o outro, não foi um “Chamado”
pontual e definitivo. Minha vocação surgiu de forma coordenada e contigua a
minha conversão. Minha conversão se deu com a insistente intercessão de minha
esposa, Margareth, que rezava escondida de mim (eu brigava com ela se visse).
Deus foi me cercando com amor, muita paciência e acima de tudo misericórdia.
Aceitei
participar do muito conhecido entre os fiéis de nossa Arquidiocese, Encontro de
Casais com Cristo – ECC, muito a contragosto, e tive uma surpresa, eu mesmo não
imaginava vivenciar tão intensamente, e ai entra um casal muito especial, Ivan
e Lenita, nosso casal apresentador, essa casal por algum motivo que só eles e
Deus conhece, nos adotou no encontro, e logo a seguir mais um casal muito
importante se apresentou, Marcos e Mercedes, nossos Pai e Mãe na fé. Fomos
adicionados a uma grande família. Ai comecei a compreender toda animação e
envolvimento de meu “irmão” Milton e sua esposa Simone nos movimentos de ECC,
EAC e EJC das comunidades circunvizinhas. E toda fé que emanava de minha
segunda mãe, Olympia, sempre serena e esperançosa na providência divina.
Com a constante
vivência nos movimentos e integração as celebrações eucarísticas, que deixou de
ser obrigação passando a ser necessidade, gesto de partilha e amor de Cristo
para conosco, veio a necessidade cada dia maior de estar próximo a Cristo e a
ceia Eucarística.
Toda essa
vivência de fé me levou ao movimento que selou minha conversão e tornou o
caminho para vocação definitivo, o Cursilho de Cristandade, Decolores. No
cursilho masculino #149 do setor Alcântara vivi a experiência de Cristo mais
profunda e definitiva de minha vida até então (esse depoimento só conto em
detalhe no cursilho). Finalmente fui conduzido por Pe. Cipriano ao sacramento
da confissão pela primeira vez, sendo encaminhado ao catecumenato (catequese
adulta na época) com o então aspirante ao diaconato Cardoso na capela do
Sagrado Coração de Jesus (Hoje paróquia), completando o período e recebendo a
Eucaristia a alma ferveu e não havia outra direção a seguir, me envolvi na
Liturgia, no Batismo, no embrião da Pastoral Adolescente, o então grupo Kephas.
Em um determinado dia Pe. Cipriano me questiona;
- Sim Padre, sinto que sou chamado ao Diaconato. Pe. Cripriano então olhou para mim e Margareth e disse, “...então cuidem de nossos Vocacionados.” Em seguida conclui a segunda etapa do catecumenato e recebi o Crisma, sendo convidado nesse momento ao serviço de MESC. Minha vivência no Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão selou no meu coração que o serviço Ordenado me chamava desde sempre, eu estava sendo preparado para esse caminho.
Após muita
reflexão, acompanhamento do Diác. Cardoso e do Mons. Guedes (Pe. Cipriano havia
sido chamado a casa do Pai), iniciei um caminho de formação e discernimento na
Escola Diaconal Maria Auxiliadora. Nesse ponto um sacerdote recém Ordenado foi
de suma importância pois foi meu diretor espiritual e primeiro Pároco com quem
servi como Diácono, Pe. Ronnie. Sem esquecer Pe. Ruaro, que quando pároco de
São Pedro de Alcântara me deixou livre para ingressar na escola Diaconal. Foi
um processo de um ano e meio de reflexão e acompanhamento e quatro anos de
formação na Escola Diaconal. Nesse período não fomos formados Diáconos, mas
preparados para, Ordenados, aprender junto à comunidade. A Escola, toda
formação, direção espiritual, vivência de oração, fé e doutrina apenas nos
preparou para a Ordenação, a verdadeira escola de formação é o servir junto do
Povo de Deus.
Minha vocação então
foi construída com minha conversão, dia a dia, enquanto me apaixonava por
Cristo, seu Evangelho e sua Igreja. Deus ia me enredando em sua vinha e me
dando serviço após serviço que me conduziram a fé e ao diaconato. Diria que
minha vocação afinal é a de servidor (Tradução literal de Diácono), o Diaconato
veio em consequência. Dia 23 de Agosto próximo completo 12 anos de serviço e
aprendizado, ainda não me tornei o Diácono que devo ser, mas continuo tentando,
aprendendo, refletindo, revendo e corrigindo meu servir, vivendo minha fé,
buscando a santidade no discipulado e na missão.
“Estejamos sempre firmes no Propósito de servir” me dizia Pe. Cipriano e é meu lema.
Diác. Adriano
Gomes
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