segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Mês Vocacional

Vocação Diaconal, como surgiu em meu coração?

 

Minha primeira e principal vocação foi a do Matrimônio, e diria a paternidade. Minha vocação a vida ordenada não ocorreu de um momento para o outro, não foi um “Chamado” pontual e definitivo. Minha vocação surgiu de forma coordenada e contigua a minha conversão. Minha conversão se deu com a insistente intercessão de minha esposa, Margareth, que rezava escondida de mim (eu brigava com ela se visse). Deus foi me cercando com amor, muita paciência e acima de tudo misericórdia.

Aceitei participar do muito conhecido entre os fiéis de nossa Arquidiocese, Encontro de Casais com Cristo – ECC, muito a contragosto, e tive uma surpresa, eu mesmo não imaginava vivenciar tão intensamente, e ai entra um casal muito especial, Ivan e Lenita, nosso casal apresentador, essa casal por algum motivo que só eles e Deus conhece, nos adotou no encontro, e logo a seguir mais um casal muito importante se apresentou, Marcos e Mercedes, nossos Pai e Mãe na fé. Fomos adicionados a uma grande família. Ai comecei a compreender toda animação e envolvimento de meu “irmão” Milton e sua esposa Simone nos movimentos de ECC, EAC e EJC das comunidades circunvizinhas. E toda fé que emanava de minha segunda mãe, Olympia, sempre serena e esperançosa na providência divina.

Com a constante vivência nos movimentos e integração as celebrações eucarísticas, que deixou de ser obrigação passando a ser necessidade, gesto de partilha e amor de Cristo para conosco, veio a necessidade cada dia maior de estar próximo a Cristo e a ceia Eucarística.

Toda essa vivência de fé me levou ao movimento que selou minha conversão e tornou o caminho para vocação definitivo, o Cursilho de Cristandade, Decolores. No cursilho masculino #149 do setor Alcântara vivi a experiência de Cristo mais profunda e definitiva de minha vida até então (esse depoimento só conto em detalhe no cursilho). Finalmente fui conduzido por Pe. Cipriano ao sacramento da confissão pela primeira vez, sendo encaminhado ao catecumenato (catequese adulta na época) com o então aspirante ao diaconato Cardoso na capela do Sagrado Coração de Jesus (Hoje paróquia), completando o período e recebendo a Eucaristia a alma ferveu e não havia outra direção a seguir, me envolvi na Liturgia, no Batismo, no embrião da Pastoral Adolescente, o então grupo Kephas. Em um determinado dia Pe. Cipriano me questiona;

  - “Escuta heim, nunca sentiu um desejo de servir mais intensamente a Deus não?Ai veio tudo que Diác. Cardoso já havia conversado comigo sobre o diaconato, que caminha junto com o Matrimônio; A visita à confraternização dos então recém ordenados Diáconos e a acolhida e conversa com Mons. Guedes. Então saiu uma resposta espontânea, não pensada, não refletida;

- Sim Padre, sinto que sou chamado ao Diaconato. Pe. Cripriano então olhou para mim e Margareth e disse, “...então cuidem de nossos Vocacionados.” Em seguida conclui a segunda etapa do catecumenato e recebi o Crisma, sendo convidado nesse momento ao serviço de MESC. Minha vivência no Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão selou no meu coração que o serviço Ordenado me chamava desde sempre, eu estava sendo preparado para esse caminho.

Após muita reflexão, acompanhamento do Diác. Cardoso e do Mons. Guedes (Pe. Cipriano havia sido chamado a casa do Pai), iniciei um caminho de formação e discernimento na Escola Diaconal Maria Auxiliadora. Nesse ponto um sacerdote recém Ordenado foi de suma importância pois foi meu diretor espiritual e primeiro Pároco com quem servi como Diácono, Pe. Ronnie. Sem esquecer Pe. Ruaro, que quando pároco de São Pedro de Alcântara me deixou livre para ingressar na escola Diaconal. Foi um processo de um ano e meio de reflexão e acompanhamento e quatro anos de formação na Escola Diaconal. Nesse período não fomos formados Diáconos, mas preparados para, Ordenados, aprender junto à comunidade. A Escola, toda formação, direção espiritual, vivência de oração, fé e doutrina apenas nos preparou para a Ordenação, a verdadeira escola de formação é o servir junto do Povo de Deus.

Minha vocação então foi construída com minha conversão, dia a dia, enquanto me apaixonava por Cristo, seu Evangelho e sua Igreja. Deus ia me enredando em sua vinha e me dando serviço após serviço que me conduziram a fé e ao diaconato. Diria que minha vocação afinal é a de servidor (Tradução literal de Diácono), o Diaconato veio em consequência. Dia 23 de Agosto próximo completo 12 anos de serviço e aprendizado, ainda não me tornei o Diácono que devo ser, mas continuo tentando, aprendendo, refletindo, revendo e corrigindo meu servir, vivendo minha fé, buscando a santidade no discipulado e na missão.

 

“Estejamos sempre firmes no Propósito de servir” me dizia Pe. Cipriano e é meu lema.

 Aos Jovens digo, confiem em Deus, no que Cristo ensina e se deixem conduzir por seu amor, todo resto simplesmente acontece, são muitas as vocações, e muitas as formas de partilhar o amor, não tenham medo, se deixem ser amados e se deixem amar por Deus.

 

Diác. Adriano Gomes


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