terça-feira, 4 de outubro de 2022

Não seja massa de manobra

 

Existe um boa quantidade de indivíduos que falam e escrevem com grande propriedade, arrebanhando uma multidão de “discípulos” de “suas verdades”. Ai a grande questão “suas verdades”, não importa se realmente acreditam no que tão intensamente anunciam, ou se é simples sofismo. Entristece ver uma quantidade tão grande de pessoas que “compram” estas verdades e sequer as questionam, replicando e pregando com paixão extraordinária a opinião alheia transmitida e tomada como verdade.

Estas pessoas questionam as leis, as doutrinas, os fatos científicos, os fatos históricos enfim as verdades de fato, mas acreditam e difundem opiniões e “fake News” com um afinco apaixonado.

Como faz falta os verdadeiros influenciadores, não os “influencers”, mas influenciadores. Os que nunca ditam suas verdades, mas discursam apaixonadamente, fornecendo fatos e conhecimento, levando os ouvintes a buscar e aprofundar conhecimentos por si próprios, construindo suas próprias opiniões, não replicando cegamente o que ouvem, mas descobrindo e crescendo com o esclarecimento obtido pelo conhecimento adquirido.

Sou grato por minha Mãe, meu Pai e professores/Mestres, que nunca me impuseram suas “verdades” sempre me levaram a buscar o conhecimento e por mim mesmo alcançar o mais claro possível as reais verdades.

Não seja massa de manobra, não comprem as opiniões alheias, tome a rédea de sua vida busque conhecimento e não seja negligente com a verdade.

 

Diác. Adriano Gomes

A beleza do Universo:

 

“A beleza do Universo: A ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações existentes entre si. O homem descobre-as progressivamente como leis da natureza. Elas suscitam a admiração dos sábios. A beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador, a qual deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência e da vontade humanas. ” (Cat. 341)

 

A criação de Deus é perfeita, nos mínimos detalhes, tão elaborada que a ciência ainda não a conhece por inteiro, e o pouco que conhece não atingiu a plenitude de seu complexo existir. Não somos capazes de criar, como ressalta o químico Antoine-Laurent de Lavoisier, com base em suas pesquisas e descobertas, na célebre frase: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Não atoa a ciência ao deparar-se com algo novo anuncia como “descoberta”, não criação. O Catecismo da Igreja Católica em seu parágrafo 342 nos lembra que a hierarquia da criação, do menor para o maior (do menos perfeito ao mais perfeito) é expressa e se dá no Hexaemeron (seis dias da criação), onde Deus criou tudo que existe no mundo. A partir do sétimo dia, quando descansou, nada mais foi por ele criado. O ser humano em sua eterna arrogância tenta tomar para si a capacidade de criar, mas o máximo que consegue é transformar o que foi criado por Deus, retirando ou acrescentando de outra criação alguma característica. De fato, o que vemos é a corrupção da criação, o que só o ser humano é capaz de fazer, e não falo de matéria somente, mas do âmbito moral, social, político, econômico, cultural, conceitual... enfim, o máximo que o ser humano consegue é corromper a perfeição em algo imperfeito. A beleza, a verdadeira, só pode ser apreciada na natureza da criação divina.

 

Diác. Adriano Gomes

Não há ser humano perfeito

 Não há ser humano perfeito, ninguém é inteiramente bom tão pouco inteiramente mau. A religião não surge para os perfeitos, pois se existisse tais indivíduos não precisariam de religião. Na história religiosa da humanidade apenas Maria nasceu sem o pecado original, e o fruto de seu ventre é concebido sem pecados.

A conversão de um indivíduo à alguma fé se inicia quando a problemática do dicernimento entre certo e errado é vencida, quando deixamos de julgar o que vem a ser certo ou errado e passamos a admitir o que é certo e errado, isto é, quando deixamos de nos achar certos mesmo estando no mais profundo dos erros. Quando atingimos o nível de liberdade que nos permite admitir estarmos errados por mais que doa essa ação, e iniciamos um caminho de correção iniciamos nossa conversão, se converter e professar uma fé não nos torna automaticamente santos e corretos, mas alguém que está no caminho em direção a santidade buscando ser correto o mais possivel. A santidade é possivel, mas é necessário alcançar a liberdade plena e se pôr a caminho. Ser alguém convertido e ter uma fé não nos dá atestado de caráter e santidade, mas dá a visão de que iniciamos a busca do caminho que nos leva a isso.

 

“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria...” (Lc 15,4s)