segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Perdão conjugal, ou simplesmente Perdão.

 

“Perdão. Se permitirmos a entrada de um mau sentimento no nosso íntimo, damos lugar ao ressentimento que se aninha no coração. A frase logízetai to kakón significa que se “tem em conta o mal”, “trá-lo gravado”, ou seja, está ressentido. O contrário disto é o perdão; perdão fundado em uma atitude positiva que procura compreender a fraqueza alheia e encontrar desculpas para a outra pessoa, como Jesus que diz: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Entretanto, a tendência costuma ser a de buscar cada vez mais culpas, imaginar cada vez mais maldades, supor todo o tipo de más intenções, e assim o ressentimento vai crescendo e cria raízes. Deste modo, qualquer erro ou queda do cônjuge pode danificar o vínculo de amor e a estabilidade familiar. O problema é que, às vezes, atribui-se a tudo a mesma gravidade, com o risco de tornar-se cruel perante qualquer erro do outro. A justa reivindicação dos próprios direitos torna-se mais uma persistente e constante sede de vingança do que uma sã defesa da própria dignidade. ”

Quem perdoa não fica revisitando no passado o pecado perdoado, o esquece, o apaga. O amor convive com a imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do ser amado.

Se não cultivarmos a paciência, sempre acharemos desculpas para responder com ira, acabando por nos tornarmos pessoas que não sabem conviver, antissociais incapazes de dominar os impulsos, e a família tornar-se-á um campo de batalha.

A indignação é saudável, quando nos leva a reagir perante uma grave injustiça; mas é prejudicial, quando tende a impregnar todas as nossas atitudes para com os outros.

Amoris Lætitia: A alegria do amor - Sobre o amor na família de Papa Francisco

Ter uma religião não é ter um caráter definido, mas um caminho na direção de adquirir um. Ser religioso não é ser melhor que ninguém, mas buscar o melhor para todos. Ter caminho de fé em uma religião não é ser exemplo, mas companheiro de caminhada, juntos percorrer a trilha ensinada. Não somos perfeitos, menos ainda santos, mas perseguimos tais atributos, seguindo os ensinamentos, no meu caso, de Cristo em seu Evangelho com sua Igreja. Assim crio e ensino minhas filhas, no amor de Deus buscar o melhor diante dele, na esperança de continuar perseguindo os valores evangélicos que recebemos e partilhamos.

              Diác. Adriano Gomes

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