“...quando o mundo te fala que você é alguma coisa e se é criança, você acredita. E isso acaba moldando o jeito como se vive. Mas por isso não ser verdade acaba te devorando por dentro. Te faz sentir menos que humano. Porque seus sentimentos contradizem tudo o que você tem certeza de que é verdade. E, quando você aceita que o que foi ensinado não é verdade, se sente ainda mais sozinho do que antes de descobrir isso. Porque ai não consegue ser mais a pessoa “Normal” que deveria ter sido desde o começo. Não tem as ferramentas para isso. Só tem as ferramentas para sua vida antiga. Mas, se tiver o conhecimento de quem era para ser de verdade, e insistir nisso, você se torna mais. Porque tem ferramentas que nenhuma outra pessoa normal no mundo jamais vai ter. Tem as ferramentas para finalmente, e verdadeiramente, conhecer a si mesmo.”
Christine Montclair explicando à Cassandra Cain o Livro “A Garota que Era Uma Sombra” de Carolyn Wu Sam. (Em “BATMAN, DETECTIVE COMICS #12”, Panini Comics Março de 2018)
O mundo em que vivemos nos mostra e ensina o que tem como verdadeiro e certo, que no fim é o interesse próprio dos que vivem ao nosso redor, ignorando a coletividade. A moral tem sido, a cada dia que passa, moldada como um valor individual e pessoal, voltado para o interesse e benefício exclusivo daquele individuo, mesmo contra o coletivo.
A criança hoje se vê, covardemente, largada pelos pais a serem educadas nas escolas pelos professores, pior pelos colegas, e ideológicos de plantão, são criadas nas verdades deste mundo, confundidas e levadas a realizar em suas mentes aquilo que lhe é colocado como verdade. A verdadeira educação que constrói o indivíduo e lhe dá ferramentas está sendo omitida, quando não cerceada pela sociedade. A educação dos pais, que tem o direito, e o dever de educar seus filhos conforme suas “ideologias” e crenças. O professor em sala de aula não tem esse direito ou dever, mas sim a responsabilidade de prover conhecimento e ferramentas que serão essenciais para aperfeiçoar a educação dada pelos pais. A criança educada com amor pelos pais, tem a tendência de se tornar um adulto que se preocupa com a coletividade, seus conceitos morais são mais amplos e abrangentes, não se restringindo a si mesmos. Veem os direitos dos outros como limiar de seus direitos pessoais, sabendo balancear e medir com amor e caridade direitos e deveres.
Existe a tendência hoje de desmembrar de forma incompreensível as coisas que deveriam ser simples. O ser humano é dividido em dezenas de sub-raças, o gênero, inicialmente um conceito binário e perfeito, é dividido em dezenas de subgêneros, classes em dezenas de subclasses, etc. O respeito ao ser humano como tal deixa de existir, e se subdivide em graus de importância bem adversas entre suas sub-raças, diminuindo o valor absoluto que deve se dar ao ser humano como um todo, enfraquecendo a convivência e o respeito mútuo.
O catecúmeno quando chega a nós, vem como descrito no texto da HQ do Batman acima, perdido na identidade imposta pelo mundo, nos pensamentos disseminados pelo mundo, no que o mundo diz ser a “verdade” e diz ser cada um deles. Quando apresentamos Cristo a eles, eles reconhecem os sentimentos de angustia, que lá no fundo de seus corações, indicavam haver algo errado com o que aprendeu ser “verdade”. Quando descobre através do Querigma a VERDADE, se vê sozinho no mundo, não consegue mais ser aquele que o mundo disse que era, e ainda não alcança, não se sente realmente aquele que realmente deveria ser. No período catecúmenal damos as ferramentas para em Cristo conheçam a si mesmos, conheçam seus verdadeiros “eu” diante de Deus, e finalmente libertos do mundo poderem ser aqueles que Deus os criou para ser, abandonando quem achavam ser e se tornando novos seres, verdadeiros filhos de Deus. Não é fácil, não, realmente não. Mas é gratificante, indescritível, ser instrumento de libertação, de descoberta, de salvação de um ser humano, de um filho de Deus, de um irmão.
Diác. Adriano Gomes.
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