Na
história do povo de Deus já ocorreram exílios onde o povo foi afastado de suas
atividades, parentes, rotinas... e até do Templo. Lembrando que o único lugar
para se fazer as orações e purificações pelas ofertas e sacrifícios era o Templo
de Jerusalém. Mas estes exílios findaram, com suas consequências boas e não tão
boas. Surgiram nesses períodos a Septuaginta, escritura codificada com os textos
da tradição, e alguns outros de uso litúrgico reunidos, o que nos gerou o “Antigo
testamento” como o conhecemos hoje em dia. Surgiram as sinagogas, que
permitiram o povo se reunir, escutar a palavra de Deus, receber formação,
orientação, conforto... e orar mesmo fora do Templo de Jerusalém.
Vivemos
um exilio em nossas casas, imposto por um vírus (COVID-19) impedidos de exercer
nossas atividades extra domicilio mais básicas e até de participar da
Celebração Eucarística nos Templos (Igrejas). Precisamos unir esforços para
fazer esse período ter o menor impacto negativo possível em nossas vidas. Sim, não
será simples, não será fácil. Mas passará, assim como passou os grandes exílios
do povo do Antigo Testamento.
Não se
enganem, mesmo após o termino da “Grande Quarentena” do século XXI não
retornaremos à normalidade, muitas mudanças ocorrerão, se boas ou ruins
dependem de nós, nossas escolhas e atitudes. Vivemos uma grande guerra contra
um inimigo Global e invisível, que chega sem ser visto e causa grandes estragos
se encontrar um ambiente desprotegido e relapso.
É
nossa responsabilidade minimizar ao máximo as consequências ruins, e maximizar
as boas. Respeitem as orientações das autoridades, façam o que compete a cada
um individualmente, não é momento de polarização ou ideologias, mas de ações
comunitárias em prol de todos sem distinção. Não percam tempo postando/difundindo
opiniões ou contraposições político ideológicas, utilizem de seu tempo para
colaborar com a comunidade, incentivando, facilitando e até cobrando as
atitudes básicas de combate ao CORVID-19.
A
grande maioria das igrejas têm criado meios de atender ao povo de Deus de forma
que não precisem se deslocar e comparecer ao Templo. Por orientação da CNBB, da
Arquidiocese de Niterói e de outras Dioceses não estamos tendo celebração com o
Povo nas Igrejas, isso vem de encontro a necessidade de evitar a aglomeração de
pessoas e evitar o ambiente de propagação, diminuindo sua intensidade.
A
impossibilidade de nos aproximar da eucaristia, dominical ao menos, nos assusta
enquanto católicos fieis, mas não é a primeira vez na nossa história que isso
acontece. Embora não canonizados, milhares de cristãos japoneses viveram sem
padres por quase 250 anos. Os santos
da Coréia do século XIX. Por quase três anos, Victoire
Rasoamanarivo (1848-1894) e Rafael lideraram os 21.000 católicos leigos em
Madagascar, reunindo-os todos os domingos para a oração comunitária, embora não
houvesse padres para celebrar a missa. Victoire explicou: “Coloco diante de mim
os missionários que rezam a missa e mentalmente participamos de todas as missas
que estão sendo celebradas no mundo”. Diversos Santos necessitaram viver sem a comunhão
eucarística por algum tempo, como: São Isaac Jogues (1607-1646), Marcos Ji TianXiang (1834-1900) e Laurentia
Herasymiv (1911-1952). (Fonte Aleteia_https://pt.aleteia.org/).
Nossos Padres foram convocados a celebrar a Eucaristia
diariamente sem a assistência do povo, para isso estão organizando LIVE via as mídias
sociais, fiquem atentos nas mídias de sua Paróquia e comunidades. No caso de
cristãos não católicos fiquem atentos as orientações de seus líderes e
pastores.
A presença de Cristo na “Palavra” também é real
como a da Eucaristia, sua permanência e eficácia são distintas, mas a presença
é a mesma. Sem a participação da comunhão na mesa da Palavra não podemos chegar
à Comunhão da Mesa do Pão. Impedidos da comunhão plena na Mesa do Pão,
vivenciemos a comunhão na Palavra. Não deixem de acompanhar as transmissões ao
vivo das Celebrações Eucarísticas e momentos de oração e partilha. Se possível realizem
suas contribuições do Dizimo e ofertas por transferência bancaria, precisamos
manter os Templos para termos para onde retornar, além de manter as famílias dos
funcionários que atendem a guarda, conservação e administração das Igrejas e
locais de culto.
Juntos na estrada com Jesus, vivenciando a
Quaresma mais desafiadora de séculos, em comunhão espiritual na Palavra de Deus
com Jesus Cristo e o Espirito Santo.
Diác. Adriano Gomes
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